sexta-feira, 16 de setembro de 2011

*Feedback (11) Hallai*Hallai na Cena*

Cell, a garota de São Léo !

                                                                                                                          
                                                                                                                              by*Necão
São Léo continuava com aquela vida de interior , com charme de cidade grande . A banda já tinha gravado um fantástico local (RBS) e estava terminando o disc / compact(anos 80).

A apresentação em São Sebastião, já estava agendada, Ginásio de Esportes da cidade.

Gelson Oliveira , Luiz Ewerlin (Toni), e Hallai*Hallai ; os ensaios continuavam em alta rotação,  Mr. Robson voltou pra banda uma semana antes do evento, e ensaiamos todos os dias pra ele pegar as músicas novas que eram muitas.

Um dia, nos reunimos no "Casarão Assombrado", antes do evento, e decidimos que o Hallai*, sería uma” Banda do Tempo” e que a política desses novos tempos, sería política sem políticos, uma coisa impossível, mas sempre agimos assim .

 
As reuniões na casa da Cell , continuavam secretas, certos dias o Sr. Cury , dissertava sobre  governos secretos e sinistros, falava da Fraternidade Branca e a Angélica que também eram de uma certa forma  governos secretos.

Me lembro que os assuntos  rolavam desconexos,  quando Sr. Cury participava ;  Sistema de defesa , Guerra nas Estrelas, Conselhos Planetários, planos de cidadania interplanetário para libertação opressiva, tudo isso vinha baseado nas viagens do “seo” Cury, pela Marinha Mercante.

 
Cell, certo dia apareceu com um cálice dourado , que o Sr. Cury tinha comprado  em Nápoles,  na pça . de São Fernando, nunca esqueci este nome;  ela começou a chamar de “Cálice Sagrado”, e nos disse que aquelas reuniões seriam a partir daquele momento de uma “aventura espiritual”, e aquele objeto simbolizaría as etapas da iniciação nos mistérios espirituais de Cristo.
O “Santo Grall”( Sangue Real)  à partir daquele momento, naquela sala ,
foi colocado ao lado dos símbolos das cruzes, e completaría toda complexidade e beleza daquelas reuniões.

O Sr. Cury, sempre  nos finais das reuniões , na hora do cafezinho , entrava com assuntos interessantes . Um dia
falou, de Picasso, e da sua obra máxima , Guernica, que fez sobre a revolução espanhola (1935).  O expressionismo  em Picasso, ressurge latente pela tragédia em sua pátria.

Sr. Cury , esteve na frente desta obra máxima de Picasso em París .
O interessante desta história é que pelas pesquisas do Sr. Cury, os primeiros esboços de Guernica , começaram antes da revolução espanhola, ele inspirou-se em Góia , outro famoso pintor espanhol que tinha este estilo .
Painel pintado por Picasso em 1937, medindo 350 X 782cm, é representativo do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica, 26 de abril de 1937, por aviões alemães apoiando o ditador Franco. Pablo Picasso começou a pintar sua obra prima sobre a revolução espanhola ,antes dela ter começado?!?!?!

Muitos anos depois no Masp, em São Paulo, fui ver uma exposição de pinturas de Góia , quando me deparei com uma das telas, não tive dúvidas, Sr. Cury tinha inteira razão, as pinturas de Góia são na sua maioria sobre guerras e revoluções em texturas geniais.

No dia do concerto em São Sebastião, toda família e os amigos da Cell, estavam lá.
O Ginásio estava com uma lotação muito boa , e uma energia
“pele de alma” estabelecia aqueles novos tempos da banda.

Gelson Oliveira e Toni abriram as apresentações daquela noite com jeito de primavera; violão , batera e a voz do Gelson , davam um toque de coisa nova ,que estava surgindo  dos céus de São Sebastião para o Brasil.

Depois veio o Hallai*Hallai, com Paulinho Velho Tchêrife,
By Necão, Mr. Robson, Plinio Salles e Tony . Começamos com a música “Deus” , como se fosse uma “champanhe atirada no casco de um navio” de um Hallai*Hallai.

A noite foi inesquecível, a Cell , os amigos das reuniões, o Sr. Cury e a Dona Isolda estavam entusiasmados .

Na  saída ouvi uma voz alta : “ Necão,...quantos peixes trocou por estrelas...”    gritou Cell !

                  Continua...