segunda-feira, 23 de setembro de 2013

BETO RONCAFERRO*



BETO RONCAFERRO

 SOLITÁRIO ROCKMAN*



Aqueles tempos que eu morava em cima do Bar Corujão (anos 70)

 - na Salgado, curtia a vida do centro da cidade.


Morei em 3 endereços e apreendi viver dentro do original de Porto Alegre.


O cursinho IPV do prof. Clóvis,

 o filé à parmegiana do Matheus,

 a biblioteca da rua Riachuelo,

os cinemas do centro,

 o Theatro São Pedro ,

 o Margs e a Casa de Cultura Mário Quintana que estava apenas 

iniciando - despejando o Hotel Majestic por falta de pagamento.


...por estas calçadas da Rua da Praia - Beto passava com seus discos ...


Não posso deixar de mencionar o cachorro quente com duas 

salsichas queimadinhas nas pontas

 que a gente curtia na

 Pça. Ruy Barbosa ,

 tendo ao lado as meninas que ficavam na “Volunta” encostadas 

nas paredes das Ferramentas Gerais a espera de programa.


Dentro desta base social ,

 a noite escura do centro  nos emprestava seus poderes ao som

 da rádio Continental.



Dentro deste arcabouço,

 exatamente a meia-noite uma voz rouca surgia por entre os 

Morcegos do Margs,

 da Biblioteca Pública,

 da Prefeitura,

 do Edifíco dos Correios,

 da Catedral e do São Pedro...

...pela minha janela fotografava os morcegos do centro de Porto Alegre...


Beto Ronkaferro emergia das profundezas de seu próprio destino e 

detonava pelo microfone Newmann as mais loucas trombetas do 

rock pesado dos anos 70 que naquele instante era o 

irremediavelmente novo.


Toda eletricidade do AC/DC ,


 as bruxos e feiticeiros do BLACK SABBAT ,



os instrumentos de tortura do IRON MADEN,


 o chumbo grosso do LED, 


ao lado do DEEP PURPLE ,


 que junto com ALICE COOPER que se comunicava com espíritos - 

pela apresentação de Beto Roncaferro transformavam -

 Porto Alegre

 no centro mundial da mandala do rock pesado.



A noite, depois da 1 hora da matina o clima ficava com aquela 

energia que Beto deixava no ar.


Ondas etéreas  ,

 uma luxúria falante

 “Eu sou Deus”,

 Porto Alegre ficava enfumaçado com aquele som do crânio de 

Beto Roncaferro.



Beto sempre me pareceu uma pessoa com intermináveis variações

 através de si mesmo ,

 um sacerdote do rock que deixou marcado nas paredes da 

Continental sua passagem pelo rádio de Porto Alegre.


BETO RONCAFERRO , 

um nome que deve ser cultuado pela memória do rock da cidade ,

 que nos deu a oportunidade de conhecer na fonte o rock do mundo

 dos anos 70 que se eternizou *

Registre-se BETO RONCAFERRO nos deu régua e compasso do rock pesado*




                                                

 obs: as bandas (discografia) apresentada no programa do Beto
foram infinitas ,citei só o que minha memória registrou.
 

                                          by*nec@o