quinta-feira, 4 de setembro de 2014

VITOR RAMIL - Pelas encruzilhadas de Pelotas onde houvesse grãos -


VITOR RAMIL


                                                                                                          by*Necão Cast 
                                                                               realidade&ficção 


SEMEADURA

Nada comeis senão tochas e lanternas, aí datou seus anos dentro de uma floresta móvel , plantou todos os grãos a partir da estética do frio gaúcho.
Use seus meios sua música, dia a dia faça caçadas de suores, foi servida todas as escritas e nada ficou escondido.


. Aos 18 anos de idade, nos anos 80, gravou seu primeiro disco Estrela, Estrela, com Egberto Gismonti, Wagner Tiso , sem restrições e louvor.

1984 foi o ano de A paixão de V segundo ele próprio; e a chuva caiu com idade de cem anos. Foi uma antevisão de novas ferramentas, dos muitos caminhos que a inquietude levaria Vitor Ramil a transformador das águas do futuro.


Da música medieval ao carnaval , de mutações até que as reservas de sons ficassem vazias, na pesquisa de seu violão de milongas em que as  letras misturavam as vegetações que se mantinham crescendo > regionalismo, surrealismo, poesia provençal.

 E, para fechar este trabalho, mandou sinais de pistas de pássaros a grande Joan Baez argentiva, Mercedes Sosa, que gravou a milonga Semeadura.



 O sol de 1987  fez Vitor
 trocar o sul de quinze cavalos, pelo Rio de Janeiro.

Aí, veio o entoar do disco Tango, Vitor mediu um tamanho menor para esta formação,  e montou um repertório dizimático em sólidas 8 canções.

Moveu pequenos sóis e estrelas , que resultou em um trabalho com letras feitas de tijolos , experimental , o que fez estas canções entrarem na rota do mercado .

Nico Assumpção, Helio Delmiro, Márcio Montarroyos, Léo Gandelman, mestres que adequaram tudo com o comando de Vitor Ramil , que se afirmava como músico e compositor.

Nos tornados dos anos 80 p’ra 90 ,Vitor Ramil sai do doce sabor dos estúdios e oferece seu canto ao tempo das cigarras e começa suas digressões pelos palcos.


Foi neste período que surge o Barão de Satolep, um nobre corcunda que ergue sua voz para os espíritos das cidades , um alter-ego do artista. Vitor começa a encher sua carruagem de pessoas, colhe o milho que plantou e aperfeiçoa sua carreira.

São deste período que Vitor aferta espetáculos como Midnicht, Satolep & Animais, com o talentoso maestro Celso Loureiro  Chaves.

Na correria da metade dos anos 90 , surge uma novela Pequod, ficção que saiu de suas fortificações dos tempos de criança, sua relação com os ventos do pai e suas estradas levadas por cavalos espirituais do sul do Brasil & Uruguai.


A partir de Pequod , Vitor banhou sua mente e começou a refletir sobre o prato fundo de sua identidade de sulidade e que chamou de Estética do Frio.




O Rio Grande do Sul não estava sempre em outono ,e em todo setembro  chegava o fim do trovão.

 Vitor voltou de mala e cuia para viver a terra que o banhou pela primeira vez.
A Beça, disco que  surgiu por entre meio a Pequod,  teve uma especial edição, com tiragem limitada; este trabalho deu início ao gelo em sua casa de gelo a Estética do Frio.


Este trabalho foi a madeira que transformada em carvão deu abertura para trabalhos de qualidades: Ramilonga – A Estética do Frio  & Tambong.

RAMILONGA


Em Ramilonga, os grãos foram plantados em sete cidades da milonga,  ritmo que Vitor bordou com novas cores, colocou nestas melodias nascidas no Rio Grande, Argentina & Uruguai, um toque de sol com cavalos da cor do aço.

Nos Instrumentos convencionais fora cortados as caudas, e foram substituídos por outros que mergulhavam e vieram de outros países da índia e da África, o esteriótipo do gauchismo foi colocado num corvo que voou para a aurora.
 E com estas idéias fervilhante servidas num bouillon , Ramilonga se transformou numa grande obra, marco zero na carreira de Vitor.

TAMBONG


Em Tambong, a estação de pesca foi em Buenos Ayres, com a produção do arqueiro Pedro Aznar. A chuva de Tambong molha toda terra, a musicalidade, mais a poesia do Brasil misturada com as flechas dos países do prata, transformam este trabalho como um dos mais originais da cauda da música popular brasileira.

Egberto Gismonti, Lenine, Chico Cezar e João Barone participam junto com o percussionista argentino Santiago Vasques. 

Este disco rachou a terra foi pro norte , foi pro sul; foi uma espécie de velas ao mar, percorrendo a estrada longa entre brasis e argentinas e dando uma carona para o primeiro Fórum Social e Mundial de Porto Alegre.


Em 2003 segue o sol  junto com Vitor, para show solo em Montevidéo.No decorrer ainda deste mesmo ano, segue com sua banda para cometer algumas apresentações na Suiça.

Neste mesmo país abriu o leque e fez uma conferência sobre  a Estética do Frio , depois o tépido vento levou Vitor para Paris, para que o livro Pequod fosse lançado já traduzido para o francês pela editora L’Harmattan .


O gafanhoto esta ruidoso com a chegada do ano de 2004, e lança seu sexto disco – Longes produzido por Pedro Aznar. Vitor faz canções fortes,  com alguns anteparos, mantendo a austeridade.

 Os arranjos de Longes têm sua base no violão de aço arpejado de Vitor Ramil e nos baixos melódicos de Pedro Aznar. Participam também Santiago Vazquez e Marcos Suzano nas percussões, o baterista Christian Judurcha, o pianista clássico Gabriel Victora, o guitarrista Bernardo Bosísio, a cantora Adriana Maciel & um quarteto de sopros e uma orquestra de corda , tras fotografias feitas por Vitor e sua mulher Ana Ruth em vários países, além de fragmentos de Satolep, romance em que Vitor trabalhou simultaneamente à criação.


.
No final de 2004, por ocasião do lançamento de Longes, Vitor publica A estética do frio – Conferência de Genebra (Satolep Livros), edição bilingüe (francês-português) da palestra apresentada na cidade Suiça em 2003. Desde então, as idéias contidas nesse livro vêm tendo uma repercussão crescente no Brasil, no Uruguai e na Argentina.

2006 chega com todos os portões abertos;


 Vitor em pleno verão carioca, reúne-se ao percussionista carioca Marcos Suzano para uma temporada de shows no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro. O êxito artístico desta digressão, motiva Vitor a gravar um disco em duo, para o qual Vitor compõe uma série de novas canções.

Virgo no meio do céu de 2007,

 e Vitor lança Satolep Sambatown,  trata-se do encontro dos universos fortes desses dois artistas (Vitor & Marcos Suzano). 

Satolep – anagrama de Pelotas & SambaTown – referência ao Rio de Janeiro).
Na mesa deste trabalho, segundo  Vitor Ramil - Satolep entra com a Estética do Frio, arpejos em cordas de aço – Sambatown de Suzano com experiências musicais radicais.

Rio Grande & Rio de Janeiro ( Satolep&Sambatown)  eles tocam todos os instrumentos e assinam a produção deste trabalho.

 11 canções de Vitor, entre elas, Livro AbertoInventoAstronauta líricoViajei e 12 segundos de oscuridad, esta em parceria com o compositor e cantor uruguaio Jorge Drexler, que também participa do disco como intérprete. Cantando pela primeira vez em português, ele divide com Vitor os vocais de A zero por hora. Outra participação especial é a da cantora carioca Kátia B, que canta com Vitor em Que horas não são? Kátia B participa também dos shows de lançamento de Satolep Sambatown, que acontecem no Brasil, na Argentina, em Portugal e no Japão.

O verdadeiro sábio não busca repouso;

 Vitor em 2008 viaja à Colômbia, a convite da Fundación La Cueva, para cantar e falar sobre a estética do frio no Carnaval Internacional de Las Artes, em Barranquilla.

Em junho, o romance Satolep, em que Vitor trabalhara de forma intermitente por mais ou menos oito anos, é lançado pela editora Cosac Naify.

 O livro traz 28 fotografias da cidade de Pelotas feitas em 1922 pelo fotógrafo Brisolara.

 Para cada imagem Vitor criou uma pequena ficção e, dialogando com os 28 pares de fotos e textos, uma história de fôlego que narra o retorno do personagem Selbor a Satolep, sua cidade natal, e seu encontro com personagens reais da história de Pelotas, como João Simões Lopes Neto, Lobo da Costa e Francisco Santos.

No final mesmo do ano, indicado por sua performance em Satolep Samnbatown, Vitor recebe no Theatro Municipal do Rio de Janeiro o Prêmio Tim de Música (futuro Prêmio da Música Brasileira) como Melhor Cantor, na categoria Voto Popular.

Com Cavalos brancos com crinas castanhas no pátio, chega o ano de 2009.
No inverno desse ano Vitor dá início, em Buenos Aires, Argentina, às gravações de seu novo álbum (CD + DVD documental), délibáb.

Seu projeto é reunir as milongas que compôs para versos do poeta argentino Jorge Luis Borges e do poeta rio-grandense, do Alegrete, João da Cunha Vargas.
Os dois poetas completariam 110 anos naquele período.

O único músico a tocar com Vitor nessa produção, cujos arranjos se resumem a dois violões, é o violonista e compositor argentino Carlos Moscardini.
Caetano Veloso faz uma participação especial, dividindo com Vitor os vocais de Milonga de lós morenos.

Délibáb torna-se o álbum de Vitor Ramil mais difundido no Brasil e no exterior.
Destaca-se entre os melhores discos e shows do ano nas seleções das principais publicações brasileiras e argentinas.

 Por ele, Vitor volta a ganhar o Prêmio da Música Brasileira como melhor cantor, dessa vez na categoria Música Regional, e também o prêmio Açorianos, no qual délibáb arrebata quatro troféus: 

Disco do Ano, Melhor Disco de MPB, Melhor Instrumentista para Carlos Moscardini (é  a primeira vez que um estrangeiro recebe esse prêmio) e Melhor DVD para o diretor argentino César Custodio.
O show de délibáb circula por Brasil, Argentina, Uruguai, França e Portugal.

- 2010...o grande tambor !

Milton Nascimento, grande influência de Vitor no começo de sua carreira, grava Estrela, estrela no novo disco.

2011... Um bom governante é como o vento sobre a relva !

 Satolep Sambatown tem lançamento internacional pelo selo londrino World Music Network e Milonga de los morenos é incluída na coletânea The rough guide to brazilian café, do mesmo selo.

2012...colocou pedras preciosas sobre sua obra !

No começo de 2012 Vitor participa (é a primeira atração internacional) do prestigiado programa da televisão argentina Encuentro en el estúdio, dirigido por Ariel Hassan e apresentado por Lalo Mir. . Junto com Carlos Moscardini ele mostra cinco milongas e uma canção, Não é céu ).

No mesmo período dá início às gravações de um novo disco, o álbum duplo Foi no mês que vem.

Planejado inicialmente para ser um disco solo, voz e violão, que ilustrasse com trinta canções o repertório de sessenta do songbook que estava sendo feito sobre a obra de Vitor.

Foi no mês que vem torna-se um amplo encontro do compositor com músicos e intérpretes brasileiros, uruguaios e argentinos ligados de uma forma ou de outra à sua carreira.

Participam: Milton Nascimento, Jorge Drexler, Fito Paez, Ney Matogrosso, Kleiton e Kledir, Pedro Aznar, Carlos Moscardini, Marcos Suzano, Kátia B, André Gomes, Santiago Vazquez, Franco Luciani, Ian Ramil, Isabel Ramil, Bella Stone, Carlos Badia e a Orquestra de Câmara Theatro São Pedro.

O disco é gravado em Buenos Aires (por Matias Cella), com gravações adicionais no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Dublin, Irlanda.

 A mixagem (por Moogie Canazio) e a masterização (por Ron McMaster – Capitol) são feitas na Califórnia, EUA.

 Quase todas as gravações são registradas em vídeo, pelo mesmo realizador do premiado délibáb documental, César Custodio, para posterior postagem na internet na forma de pequenos clipes documentais.

2014  - e a saga continua...,

 imortalizando sua obra , horizontalizando sempre mais,  as medidas da terra da família Ramil .

Discografia



         Obra literária 

    • Pequod (1999) -
  • A Estética do Frio (2004)
  • Satolep (2008)
  • A primavera da pontuação (2014)