sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Feedback(14) Hallai*Hallai na Cena*

                                                                                                                                                            
                             Cell, a garota de São Léo *
                                                                              by*Necão*

...a semana passou rápido, outra vez aquela vontade ilimitada de voltar a casa da Cell, e a todos aqueles assuntos.
Todas aquelas influências misturadas , memórias, imaginações, mudanças e alguns ritos, tudo derramado em pequenas sessões.

A história do Hallai estava suspensa , incapaz de dar um passo a frente, depois da apresentação em São Sebastião, achei algumas léguas de incompatibilidades no grupo. Na verdade não agüentava mais aqueles  papos de baterista..., pratos , bumbos, caixa ,”chipô”..., a música, nosso principal objetivo estava sendo deixado de lado, apenas > ferragens de instrumentos era o que se falava. (argh!*)

Com todos aqueles encontros na casa da Cell, minha vida começava a tomar outro rumo , vivendo entre gente sensível, imaginativa, era tudo que eu queria.
Os dias estavam passando e naquela mesma semana ( ano 85-século passado), sem convite, fui a Cell...,eu estava contaminado sem resistência para esperar mais dias...longos dias... !
Sexta feira audaz, lua nova em seus últimos dias, lá me vou, rumo a São Léo, meu coração recebe um influxo de sangue mais ativo.
Cell, estava estudando na casa de Henry com seu grupo de estudos.

“Seo” Cury e dona Isolda estavam tomando um licor quando entrei na “Montanha Azul”.
“Seo” Cury , falava sobre sentimentos de admiração e tristeza, citava Voltaire, Rousseau , Carnot e Victor Hugo , influenciado ainda pela visita a
França*.
.
Achei interessante, e isto me marcou, quando ele falou que Victor Hugo> em toda sua obra escrita, sempre >  mostrou  desde as  primeiras linhas, a percepção estética , a beleza de um jardim, d’uma torre ou de uma montanha , mas nunca de um Continente.

Sempre me lembro disso, quando muitos tentam misturar sons urbanos com sons rurais, visto que são regiões esteticamente intransitáveis e, não conseguem progredir musicalmente..., mas como existe exceções , alguns  poucos  ,  atingem o alvo , e quase sempre com trabalhos geniais.  Em texto é, diferente , as “coisas”  todas se verbalizam !

Ele recomeçou falando da caducidade das coisas humanas, quando se esta diante de uma cidade que é testemunha arquitetural da história.
Quando “seo” Cury relatou , o que sentiu bem na frente do túmulo de Voltaire,  seu corpo se ergueu , e ele levantou a pequena taça de licor e brindou, falando : - Ao Patriarca da Incredulidade ; Salve!

Cell, chega num zoom , parecendo que toda humanidade estava chegando com ela.
Me senti vivo de novo, estava ali a fonte de todos aqueles encontros notáveis, Cell a garota de São Léo !

Chegaste no dia certo, e por tua vontade própria, isto é muito bom, hoje temos algo a revelar ; vais gostar , disse Cell !

Dona Isolda, beijou Cell, e se retirou com seu livro autobiográfico nas mãos.
Estamos chegando próximos da passagem de um manuscrito pra outro, é aquela passagem quando descobrimos algo novo, tipo Erebango *.
Erebango ...úúú” ...diz sorrindo !

A noite chega , na “Montanha Azul”, onde debaixo da lua tudo é passageiro.

Aquele sonho engenhoso em intervalos desiguais  começa a habitar todo espaço daquela sala branca , da pir^mide no teto , das cruzes em volta do Cálice Sagrado e das chamas de todas aquelas luzes que vinha de baixo pra cima, deixando tudo num lusco fusco , como nos filmes  noir.
A abertura no teto , com telhas transparentes em cima da pir^mide , mostrava a noite de São Léo que caia sobre o Vale !

O chá, naquela bandeja de porcelana em pequenas canecas de prata é servido.
Todos ali presentes, colegas da Cell , de São Léo e Novo Hamburgo ; Henry , sempre cintilante e radioso , mas muito quieto, completava
aquela cena , pedaço da Via Láctea.

Cell diz , depois de alguns minutos de silêncio eterno; -“ Vamos tomar o chá todos juntos..., para um progresso conjunto da eterna bem-aventurança.
Depois de alguns minutos de vigilância,>  giros, sob admirável celeridade invade minha mente, para atingir um lugar zen, longe da terra.
Acima da lua , ao contrário,  tudo é eterno..., diz Cell, ...o conhecimento do oculto vem por força de um plano espiritual perfeito.

Apesar de todo aquele clima , ninguém estava inconsciente , ao contrário, todas as percepções estavam ativas e  desbloqueadas .
Senti um” Magical Mistery Tour”, canalizando minha mente, quando um som de água muito lento > começou a se ouvir naquela sala encantada.

Agora que todos estão desbloqueados..., continuou Cell..., não existe nenhum organismo idêntico entre nós...,como não existe duas mentes idênticas, vocês todos estão sentido esta energia que é difícil de definir.

Estamos rompendo as malhas da ilusão, e por isso não vamos confiar em nossas cegas opiniões e termos que aguentar as terríveis conseqüências disso tudo.
Isto que todos nós estamos sentindo é a luz radiante de nossa própria natureza , completou Cell * .

Tenho aqui nas mãos um pó cristalino , (Cell, diz) > vermelho-amarelado, um pouco pesado que desprende um odor semelhante ao sol marinho, que vou passar para cada um , para guardar num vidrinho qualquer, em suas casas .

Este ato simbólico nos leva a formação da Pedra Filosofal ; um grão de cristal ao meio é suficiente para representar esta pedra, não precisamos da pedra inteira , que ninguém tem acesso, isto tudo vai levantar a discussão sobre o tema, pois os homens que buscaram a pedra não eram cientistas , assim como Jesus, que nunca foi padre.

O Mito Hermético da Pedra Filosofal estava em meu poder ,como pó de projeção para digressões futuras .

Dentro daquele clima..., aquelas visões , nada era quimera , e sim , uma coisa real.
O som da realidade bateu na porta, e a reunião terminou.
Todos foram saindo com caras de sacerdoce .
Seu Cury ,como sempre já estava esperando com o cafezínho.

Meia noite  bateu no relógio da parede, era cedo para uma sexta feira, terminamos falando sobre música , e seu Cury, falando sobre pequenos tambores que eram usados antigamente com dois crâneos humanos forrados por pele, junto de grandes pratos e um tambor gigante , forrado dos dois lados...lá vinha de novo este” tal de assunto de  batera” ...pensei !?!?...perseguição !


Dei um até breve para Cell..., ela me levou até a porta da frente, saí !  Até hoje não pude decifrar o que aconteceu realmente naquela noite , foi tipo > um vinil raro na vitrola, se escuta somente uma vez, e  depois do empréstimo,  nunca mais volta. 


                                                  continua... aguardem o grande final*