São Léo dos emigrantes vindos do interior da Europa , proporcionou na década de 80, experiências que ficaram marcadas em minha cabeça. |
- Cell , a garota de São Léo -
by / Necão
... terminada a reunião que na verdade foi , um encontro de “troca de energias” / sem oração alguma, fomos para a cozinha a convite de Cell, para um café forte .
A cozinha ficava na parte de baixo , descemos passamos por uma sala que tinha alguns objetos , tive a impressão que estava invadido um grande bazar da Europa , devido a grande cristaleira cheia de louças do mais puro requinte , entre copos, cobertas de mesa e talheres do mais alto clero.
Um corredor estreito ,nos fez entrar na cozinha , grande e soberba.
Lembro que comentei com a Cell , das origens daquilo tudo , muito luxo,
uma coisa fecunda de objetos distintos com muita personalidade, como se tudo fosse escolhido a dedo por alguém com gosto apurado.
Ao longo daqueles dias em que participei das reuniões , conheci o Sr, Cury, homem forte cabelo lambido para trás, e óculos de aro grosso.
Ele me falava das viagens pela costa do Mediterrâneo o principado de Mônaco, plantas exóticas, templos bizantinos,Monte Carlo, jogos , toda aquela coisa também da França ,o Túmulo de Napoleão, a Crypta , o Louvre , Victor Hugo dos Miseráveis, Waterloo ele dizia que não foi uma batalha,e sim , mudança de vários aspectos da humanidade , e que Napoleão na sua fuga desesperada no seu cavalo branco, gritava para seus soldados:- Salve-se quem puder ! A batalha esta perdida!
“Seo” Cury , era uma figura humana com grande senso de humor e inteligência irônica.
Ele falava que a Europa, dava a ele , a impressão de uma verdadeira profanação , devido ao grande número de obras de arte que se apresentava a todo momento a seus olhos, quando estava em terra.
As histórias eram tanta que a Cell, entrava no gabinete dele e me puxava, chega pai ,vai começar a reunião.
Me despedi do pessoal , e voltei para Porto Alegre. No outro dia as 7:30 , lá estava eu , batendo cartão ponto, com a cabeça a mil , de volta a superfície.
Pensava eu, naqueles tempos , a música pode criar a vida, é um tambor
que quando começa a bater aciona o coração e é uma aliada nesta busca incessante de conhecer pessoas que podem nos indicar o caminho e o precipício ao mesmo tempo ,por isso que a música é tão vasta, oceânica,
e nos deixa muitas vezes a mercê do mundo psíquico.
Os ensaios continuavam com energias em cima da lâmina , super afiados!
O Toni já tinha conseguido o Ginásio de Esportes De São Sebastião, para lançar nosso destino no palco. Me lembro do cartaz verde;Gelson Oliveira , Luiz Ewerlin (Toni) & Hallai*Hallai .
Na semana seguinte, uma nova reunião estava marcada na casa da Cell.
Ela falava em separar para reunir,para que as pessoas pudessem ser redimidas ou purificadas.
Fiquei com este assunto na cabeça e me lembrei de Jorge Hill, e de Mr. Robson que ainda não tinham, voltado pra banda.
CONTINUA...
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