Misturando ficção e
documento como um velho mago, lá vou eu
com o ventilador do Nei .
No ano de 2003 vem a
todos nós “ Relógios de Sol” , trabalho que vai pro lado da MPB que se
incorporou naquele momento nos pensamentos do Nei Lisboa.
Translucidaçãoque surgiu depois em 2006 seguiu o mesmo
caminho do trabalho anterior, Nei trepou de novo com MPB ;é aquela história, você vê aquele arco – íris
que vem vagamente do centro do País e você nota ele de leve , mas de repente
ele pousa na tua parreira e você acha legalzinho.
Mas chega o ano de
2013 , e com ele as bagagens do Nei são reencontradas e com financiamento coletivo
da plataforma Catarse – Nei Lisboa lança “ A Vida Inteira” , produzido por Leo Henquin que conduz novamente
Nei > ao depois do fim do mundo onde seremos tudo. Trabalho que resgata
todos aqueles timbres , músicas e letras em papel de presente para seu público
cativo.
Nei Lisboa carrega até hoje aquelas coisas sacadas a uns
milhões de passos daqui, mas que pertencem tambémaquelas coisas que estão perto da gente ,...Redenção,
Bom Fim, Cidade Baixa, Parcão, Teatro São Pedro, as l.uzes do Centro da Casa de
Cultura Mario Quintana...., e muito mais , além de um montão de frases de
efeito em ligação direta com as decadências de Londres , as neuroses de Nova
York , os narcisos de plásticos do centro do País > e os Bora de Borá de Porto Alegre.
DISCOGRAFIA
Álbuns oficiais
·Pra viajar no Cosmos não precisa
gasolina (1983)
·Noves Fora (1984)
·Carecas da Jamaica (1987)
·Hein?! (1988)
·Amém (1993)
·Hi-Fi (1998)
·Cena Beatnik (2001)
·Relógios de Sol (2003)
·Translucidação (2006)
·A Vida Inteira (2013)
·
Coletâneas
·Eu Visito Estrelas (1992)
·Vapor da Estação (2010)
·
Tributos
·Baladas do Bom Fim
(vários, 2002)
·Bom Futuro (Simone Capeto, 2005)
LIVROS
·Um Morto Pula a Janela (romance, ed. Artes
& Ofícios, 1991)
A viagem, a transa toda, no fundo era
um mergulho de cabeça inteiramente - gloriosamente ou não?!?!
by*Necão Cast (Realidade&Ficção)
1996 – Hi-FI , um
disco nú , assim como uns filhinhos de outras pessoas, mas com os acordes dos
caras magistralmente sacados pelos dedos do Nei.
Hi-Fi dá uma sensação
da travessia da Américacom todos os
microfones abertos para o pôr do sol.
Clássicos dos anos
70 com todas aquelas energias alucinadas; Everybody’s Talking que lembra o frio
de New Yorq em plena Oswaldo Aranha ;
Summer Breeze do
Seals and Crofts – flutuação dentro dos velhos olhos lisérgicos na Indepê - dos
anos que fomos felizes;Venture Highway
da Banda América que leva a gente aquela route 66 , como se estivéssemos na plateia
do Teatro Leopoldina longe das rádios patrulhas que cercavam o quarteirão.
O disco também
mostrou um Paul Simon atômico pela interpretação do Nei , acordes sem espaço
para bobeiras inconsequentes;
Ruby Tuesday do Jagger & Richards encerra
o disco de uma forma magistral, tive sempre a sensação de quem cantava era a
Banda The Animals ,com Burdon e não os Stones – muito louco esta interpretação do Nei;
New Orleans com aquelas
casas do sol nascente estão sempre alí ...escute e verás os jovens diabos nos
confins do sul dos Estados Unidos, como nós em doses pequenas estamos no fim do
Brasil ;
...este trabalho tem
14 faixas – passando por Lennon & McCartNEI , Elton John , Bob Marley, aquela
dimensão púrpura de documentos musicais de uma época cheia de nascentes...trabalho
pra ficar na mente para quem sabe curtir um som.
No ano 2000 surge a “Cena
Beatnick”;um disco que fala verdades
para os low profiles , tolos que não fazem parte .
Este disco deixou
registrado falas geniais...” ahá ...anhã... alguém se deu mal no Vietnã...” ; “este charuto tem um lugar mais justo pra
entrar...”
A mais verdadeira
das frases “ o mundo é quem sobrar nos finais das noites dos amigos.”
Este trabalho me
levou aquelas histórias de “isto é tudo que você deveria saber” ; ou então ...sou um rebelde ...sou uma lenda... mas na verdade
tudo não passa de uma grande festa em um mundo onde não há salas VIP.
Com este disco Nei Lisboa
levou nossa alma na bagagem sem dúvida!
Este trabalho foi
lançado em 2001 pela gravadora ACIT –selo Antídoto .
Hein ?! ...chega com os elos também de 1986,
trabalho que identifica a sedução , uma nova lógica de poder.
Um reclame feérico
nas solicitações do desejo.
Músicas reforçadas
pela embriagues das mudanças, tanto na parte musical , como também pelo mito
poético do Nei.
Telhados de Paris uma
canção que metamorfoseia os símbolos íntimos urbanos, marca o vapor mágico de
todo este disco . (lançado em 1999 pela EMI)
-
As noites de Porto
Alegre continuavam enevoadas , mas ..., um pôster gigantesco pendurado na
parede indicava um prato de toca discos
...Ouça o Nei , a frase ajudava a pensar numa conclusão lógica ele tinha
roubado a estrada de São Jorge !?!?
1993 – Dando alguns passos
atrás , Nei grava um novo trabalho no Theatro São Pedro o disco AMÉM.
Nei , com esta nova
ideia , mistura um pouco de queijo para dar outro sabor, os americanos fazem
isto também, as vezes eles saem do Four Seasons para a 52nd Strteet e
uáuuuuuuuuuuuu!
As cortinas de Nei se
abrem para os riachos latinos do Uruguai , reúne alguns clássicos da música popular
deste país e canções próprias com ph - para
dar mais tom ao trabalho.
Caras este disco é uma maciça infusões de coquetéis ,
margaritas, gibsons, bloody marys, Rob Roys, screwdrivers, piscos sours, e
vinhos uruguaios..., e ainda com a música
“Romance” num show de emoções sem fim , vocais expertos, metais ônix negro , e uma aula de como se faz uma
música para Gardel com swuing e vocal.
Em 1999 este trabalho
é relançado em vinil e cd pela Paradoxx.
Enquanto isso em Porto Alegre,... há meu Deus... continuava com seu elevador em
que o ascensorista pedia: “Tú poderia me dar uma mãozinha aqui, por favor?” A
gente chamava o táxi e o táxi estava assistindo a novela da Globo...?!?!
Mas tinha o SGTº
Peppers, enquanto o Nei viajava, e isto era bom, a gente ouvia o Xandi cantar
Bob Dylan, naquelas noites da Heineken em que os plásticos da American Express ,
ajudava muito quem tinha, não era o meu caso.
Nei ajudou muito a
todos nós para que as coisas não ficassem piores, ler Zero Hora ,morar na
Cidade Baixa ; eu morava alí na Joaquim Nabuco , e consegui ver aquilo tudo no
começo , fazia também meus fotolitos com o Oswaldo que trabalhava no Jornal do
Comércio, e a noite mandava ver nos filmes preto e branco genialmente.
As vezes eu pensava
na Frente do Opinião que poderia fazer uma ponte naquele universo imenso de
verão, e subir pro céu , mas o som do “saca tudo, cara” que vinha de dentro
daquela casa noturna me arrebatava para dentro.