THE BEATLES****
As 10 canções mais (injustamente) subestimadas...
Peraí...
Os Beatles… subestimados? Você quer dizer… a
maior banda da história? Aquela com mais de 600 milhões de discos vendidos
desde que surgiram no The Cavern no começo dos anos 60? Só pode ser brincadeira.
Parece estranho usar o
termo “subestimado” quando nos referimos aos Beatles
Mas existem muitas
pérolas escondidas no catálogo da banda que merecem um momento de destaque.
Singles clássicos como “Hey Jude’, ‘Strawberry Fields Forever’ e ‘Help’ se
tornaram marcantes, enquanto faixas de discos como ‘In My Life’, ‘Something’ e
‘A Day In The Life’ receberam os louros que mereceram.
Enquanto isso, outras
canções parecem ter sido ignoradas, não chegaram sequer aos Top Ten, ficaram
ausentes do rádio e chegaram até a ser evitadas pelo X Factor, este grande
bastião da música.
Então é hora de equilibrar as coisas.
Já foi dito que canção pop perfeita é aquela
que pode ser assobiada pelo carteiro. Pode ser que estas canções não tenham
chegado a tanto, mas é justo que alcancem uma audiência maior. Então estão aqui
dez faixas que merecem mais reconhecimento como clássicos dos Beatles
Algumas das escolhas
tem sido celebradas entre fanáticos e músicos dedicados, mas não pelo mundo
inteiro. Mas isso muda agora.
10. I’ve Just Seen A Face Lançado no álbum
Help, “I’ve Just Seen a Face” é um marcado e ágil country de Paul McCartney.
Gravada na mesma sessão de “Yesterday”, a canção traz letras que capturam a
emoção da paixão à primeira vista, enquanto o instrumental casa o folk de Simon
e Garfunkel com traços do divertido “remelexo” de Elvis Presley. Em 1965,
McCartney, envolvido em um caso amoroso com Jane Asher, ficou um pouco atrás de
seu principal parceiro em relação às composições.
Lennon escreveu e cantou em alguns singles
anteriores, incluindo “Ticket to Ride” e “Help”, e parecia ter mais destaque
nos álbuns A Hard Days Night e Beatles for Sale.
Mas foi com ‘I’ve Just Seen a Face’ e a
notável ‘Yesterday’ que McCartney voltou à forma. De olho na crescente cena
folk dos Estados Unidos, o selo americano da Capitol Records escolheu “I’ve
Just Seen a Face” como primeira faixa na versão yankee do disco Rubber Soul.
Amada por fanáticos pelos Beatles, “I’ve Just...” é o tipo de coisa que todo
músico de rua deveria aprender – se honra seu chapéu na calçada. Subestimada
talvez pelo público em geral, a canção não é esquecida pelo próprio McCartney,
que a inclui regularmente em seus shows. Paul sabe o que é melhor.
9. It’s All Too Much Eis um saboroso pedaço de
psicodelia de George Harrison na trilha sonora The Yellow Submarine. A faixa
começa com uma guitarra lamuriosa e ao mesmo tempo estridente antes de dar
entrada a um macio tema de órgão. E então a bateria salpica e pula enquanto a
música zumbe e “esperneia” – como se tivéssemos enfiado a cabeça dentro de uma
colmeia.
Ninguém parece se
esforçar muito enquanto a melodia flutua dentro de uma neblina suspeita, com
tudo suspenso por uma firme base de trompetes. E eis um som que influenciou
psicodélicas e maltrapilhas guitar bands através dos anos, desde os
(injustamente subestimados) Boo Radleys e The Flaming Lips a grupos mais
recentes como Jagwar Ma e MGMT. Até para ressaltar a natureza da canção,
Harrison chega a reciclar uma linha do hit ‘Sorrow’, do The Mersey, assim que a
peça chega no final. Seis minutos de faixa podem ser literalmente demais, como
o próprio título sugere, mas a peça do guitarrista permanece como uma excitante
e caótica exploração da psicodelia da era LSD.
8. You Know My Name (Look Up The Number)
Geralmente colocada de lado como um número descartável de gracinhas, “You Know
My Name” merece mais crédito não apenas por seu ânimo despretensioso, mas pelo
seu pulsante mantra de abertura. A peça abre com um canto breve, originalmente
planejado para ter quinze minutos (o que teria sido incrível) antes de dar
espaço para McCartney (como um desastrado crooner, ou um Denis Obell) a agir
como um inebriado Sinatra recostado em um uma atmosfera de ‘samba’. Lennon
interrompe, e reveza com o comediante Spike Milligan uma sucessão de vozes
retardadas - tudo enquanto se repete o refrão “you know my name, look up the
number”. A banda continua a evocar seus heróis da comédia, como The Goons, Pete
and Dud e Monty Python, enquanto ecoa a anarquia pateta do Bonzo Dog Doo-Dah
Band. É certo que as tentativas de humor dos Beatles nem sempre conseguiam
surtir efeito, mas esta bobagem é contagiante, divertida, e tanto Lennon quanto
McCartney relembravam da canção com carinho – ao ponto de Paul declarar que
esta era sua peça favorita dos Beatles, “apenas por ser tão insana”.
O Rolling Stone Brian
Jones aparece para contribuir com um sax alto, enquanto o empresário e
assistente Mal Evans adiciona alguma ambiência com uma pá sobre cascalho.
Apesar de gravada em meados de 1967, “You Know My Name” não viu a luz do dia
até 1970, quando foi lançada como lado B do single final de Let It Be.
7. Things We Said Today Escrita durante um
feriado nas Bahamas em 1964, “Things We Said”, de McCartney, faz um sombrio
vislumbre de seu caso amoroso com Jane Asher. Enquanto estava em um iate com
Asher, Ringo Starr e a futura esposa do baterista, Maureen, o baixista se
recolheu para um deck inferior e criou esta reflexiva canção de amor. A peça
varia entre tons maiores e menores e da balada para o rock enquanto McCartney
explora o conceito que ele viria a chamar de “nostalgia do futuro” – imaginar
como o casal olhará as conversas que tinham em hipotéticos dias posteriores. A
peça ganha ainda mais vida com a guitarra base de Lennon e a batida apressada
de Ringo. E é uma demonstração da maturidade de Paul como compositor: é notável
como ele podia soar tão ácido mesmo tão jovem. A canção foi lançada no lado B
do single A de “A Hard Day’s Night”.
6. What You’re Doing Enquanto Lennon era um
especialista na acidez, era raro vislumbrar um McCartney raivoso. Mas é esta
peça frequentemente ignorada do Beatles For Sale que surge, talvez, como um dos
melhores exemplos de um Macca irritado. A bateria “spectoriana” de Ringo
prepara o ambiente para um riff de George Harrison na guitarra de 12 cordas –
um som que pavimentou o caminho para a carreira e o som dos The Byrds. “What
You’re Doing” apresenta algo a mais em relação às típicas letras “raivosas” de
Paul, possivelmente reflexo dos problemas que ele enfrentou em seu relacionamento
com Jane Asher. Mas mesmo assim o baixista entrega um vocal doce, ameno – e
suspeita-se que Lennon teria cantado com um tanto mais de veneno. The Inner
Light Lançada em março de 1968 como lado B de “Lady Madonna”, “The Inner Light”
assinala a primeira vez que George Harrison teve uma composição creditada em um
single dos Beatles. E representou uma notável mudança de qualquer coisa ouvida
antes em um single da banda – um mergulho total na música e na cultura indianas
as quais o guitarrista estava começando a ficar imerso. A base da faixa foi
gravada nos estúdios indianos da EMI com músicos locais quando Harrison estava
em Bombaim para gravar sua trilha sonora do filme Wonderwall, de inspiração
hindu. Já as letras foram tiradas do texto taoísta, Tao Te Ching – e é assim
que Harrison evoca uma doce e inocente canção, que soa como reminiscência da
banda de folk psicodélico The Incredible String Band. A canção é a mais bem
sucedida incursão de Harrison dentro do universo indiano como membro dos
Beatles, e revela a amplitude do poder musical do quarteto. Que outra banda
poderia colocar lado a lado o boogie woogie de Lady Madona e algo tão delicado
como essa peça?
4. Real Love Pode uma canção que foi lançada
como single realmente ser classificada como subestimada? Neste caso, sim. “Real
Love” foi o segundo single lançado sob o projeto Beatles Anthology, que reuniu
os três Beatles “sobreviventes” – na época – para ressuscitar duas demos
deixadas por John Lennon. Enquanto “Free as a Bird” recebeu muita badalação no
seu lançamento no natal de 1995 – chegando até a receber um Grammy por melhor
performance pop –, “Real Love” quase foi escorraçada no meio de março de 1996.
A canção vendeu 50 mil cópias em sua primeira semana, mas foi ignorada pela
Radio 1 no Reino Unido, que se recusou a colocá-la no playlist. Os Beatles
“renovados” não foram suficientes para tirar Garbage, Shed Seven e Mark
Morrison’s Return of the Mack do repertório da emissora. No rastro desse
cenário, “Real Love” atingiu apenas um quarto lugar no Reino Unido e um décimo
primeiro nas paradas americanas – um vexame para um material que merecia muito
mais. “Real Love” é uma sedutora peça que traz uma das mais comoventes melodias
de Lennon – o piano original da demo é de rara e delicada beleza. E os três
Beatles remanescentes fizeram um trabalho genuíno, mas a presença de Jeff Lyne
na cadeira de produtor deu à canção um quê de “Bootleg dos Beatles à moda ELO”
que tirou certa autenticidade de tudo. Ainda assim, é uma canção muito melhor
do que “Free as a Bird” e, em termos de Beatles, o mais subestimado single do
quarteto. " Rain" Talvez “Rain” não seja tão subestimada quando as
outras nesta lista, pois cresceu em estatura e influência nos últimos quarenta
anos desde que foi gravada. Mas ela ainda está para ser reconhecida como uma
das grandes canções do grupo. Apesar de ter quase quarenta anos, “Rain” ainda
soa como nova e ao mesmo tempo indubitavelmente feita em 1966. Situada no lado
B de Paperback Writer, Rain é um clássico rock que traz a melhor performance de
Ringo Starr nas baquetas e um dos mais poderosos desempenhos vocais de Lennon.
Starr preenche cada instante possível com sua bateria enquanto Lennon alonga
cada “Rain” e “Shine” – e não surpreende que uma encarnação anterior do Oasis
tenha sido chamada de The Rain. O solo agudo de baixo de McCartney casa com a
performance virtuosa de Starr, e a extraordinária mistura desaparece do fundo
enquanto vocais se repetem por trás na coda. “Rain”, enfim, permanece como um
dos mais emocionantes momentos na carreira dos Beatles.
2. There’s A Place
Iniciada com uma gaita meio que fúnebre, “There’s a Place” constroi uma madura
evocação do espírito adolescente – capturando o crescimento da cultura
adolescente e o ambiente de provocação do fim dos anos 50 e começo dos anos 60.
Menos apreciada que “Twist and Shout” e “I Saw Her Standing There” no álbum de
estreia da banda, a faixa traz dois minutos de perfeição pop. Partindo de uma
deixa de “Somewhere (There’s A Place For Us)”, do filme West Side Story, Lennon
articula temas mais cerebrais do que as simples canções de amor daqueles
tempos. Como Lennon pega a primeira voz e McCartney a segunda, as letras
retratam o auto-refúgio mental – tema para o qual Lennon voltaria várias vezes
por toda sua carreira. Fruto de uma das melhores fases de John Lennon, a canção
pode ainda ter influenciado Brian Wilson a criar o clássico “In My Room” para
os Beach Boys. Gravada um pouco depois naquele mesmo ano, a canção trata de
tema similar a “There’s a Place”: solidão e retraimento para ficar com os
pensamentos.
1. Hey Bulldog A
vibrante e despreocupada “Hey Bulldog” é talvez o maior exemplo da autêntica
alegria de ser um beatle Gravada durante a produção da promoção de “Lady
Madonna”, a peça surgiu quando a banda desenvolveu um esquete criado em parte
por Lennon em um das mais divertidas e dinâmicas criações do quarteto.
Claramente influenciados pelo estridente piano de “Lady Madonna”, Lennon e a
banda produziram um hilário número de rock. O engenheiro de som dos Beatles,
Geoff Emerick, chegou a dizer que aquela foi a última vez que a banda trabalhou
como um verdadeiro time na canção e todos os membros estavam e no seu auge –
talvez o último real vislumbre da maior banda de todos os tempos trabalhando
como uma unidade coesa
McCartney em
particular, produz uma espetacular linha de baixo. O próprio Lennon entrega um
incrível trabalho vocal, completo com latidos e urros de seu parceiro
McCartney. A canção foi incluída no álbum Yellow Submarine, mas apesar de ser
amada por fãs, merece aclamação universal como um dos pontos altos do brilhante
catálogo da banda. (Igor Matheus)
Fonte: Whatculture BEATLES AGAIN &
História em fotos da Capa do "Abbey Road"
- 15 fatos que você nunca soube sobre as
músicas dos Beatles –
1 - "Get Back" O primeiro rascunho
de "Get Back" incluía a frase "Não curta nenhum paquistanês
tomando os trabalhos das pessoas" Mas a frase foi cortada quando a banda
percebeu que a letra, pretendia ser um comentário irônico sobre grupos de
extrema-direita atacando imigrantes paquistaneses e seria interpretado como
racismo.
Eles estavam certos sobre isso:
Anos depois, o
tabloide The Sun, encontrou uma cópia do primeiro rascunho da música e acusou a
banda de xenofobia.
2 - "Can´t Buy Me Love" O engenheiro
de som dos Beatles, Norman Smith tocou em todas as partes o Chimbal em
"Can´t Buy Me Love" depois de descobrir que a fita com as partes da
percussão gravadas em Paris tinham uma ondulação quando chegou a Abbey Road.
Smith gravou novas partes ele mesmo, mas os Beatles nunca ficaram sabendo a
respeito.
3 -"I Am the Walrus" O "egg
man" em "I Am The Walrus" era uma referencia ao amigo de John
Lennon, Eric Burdon, do The Animals. Ele deu a ele esse
apelido depois que Burdon contou uma história sobre um encontro sexual que ele
teve com uma jamaicana que quebrou um ovo em sua barriga e o lambeu.
4 - "Twist and
Shout" Quase todos os "Please Please Me" foram gravados ao vivo
em fita em um único dia - 11 de fevereiro de 1963 - e "Twist and
Shout" foi a última música a ser gravada. A canção foi deixada por último,
porque John Lennon estava se sentindo muito mal, e George Martin queria
preservar sua voz durante o dia. No momento em que gravou a música, Lennon
estava com a garganta doloria, mas chupou algumas pastilhas para tosse, tomou um
pouco de leite e tirou a camisa antes de se entregar a uma das melhores
performances de sua carreira. "Minha voz não era a mesma por um longo
tempo depois", disse ele em 1976. "Toda vez que eu engolia era como
uma lixa".
5 - "When I´m
Sixty-Four" Paul escreveu "When I´m Sixty-Four" no piano de seu
pai quando ele tinha 16 anos.. A canção foi bastante tocada durante as
apresentações no Cavern Club, geralmente com apenas Paul no piano, para passar
o tempo se algum dos amplificadores quebrasse.
6 - "Day Tripper" Os programas de
rádio alemães se mostraram relutantes para tocar "Day Tripper" porque
a palavra "Tripper" é uma gíria alemã para gonorreia.
7 - "Come
Together" "Come Together" foi concebia como uma canção comício
para a campanha de Timothy Leary, o guru do LSD que se candidatava a governador
da California, e tentava desbancar Ronald Reagan em 1969. O slogan de Leary era
"Chegue junto, juntem-se a festa" sendo a palavra "festa"
uma referência para cultura das drogas. A campanha de Leary chegou ao fim quando
ele foi preso por posse de drogas, o que "libertou" John Lennon para
na verdade desenvolver uma música para os Beatles. Anos depois Leary o acusou
de roubar sua ideia.
8 - "With a Little Help from My
Friends" A frase original na música era " O que você faria se eu
cantasse desafinado / Você se levantaria e jogaria tomates em mim?" Mas
Ringo os fez mudar, presumivelmente porque ele não queria que ninguém de fato
jogasse tomate neles durante um show.
9 - "Penny Lane" "Penny
Lane" é o nome de uma rua em Liverpool, que por sua vez foi nomeada em
homenagem a James Penny, um rico comerciante de escravos do século 18 e
opositor a legislação abolicionista. Isso não era muito conhecido na época a
canção foi escrita, por isso é apenas uma infeliz coincidência.
10 - "Helter Skelter" Paul se
inspirou para escrever "Helter Skelter" após ler uma citação de Pete
Townshend, do The Who, em que se vangloriava pela música "I Can See For
Miles" dizendo que foi a canção mais alta, mais crua e mais intransigente
que eles já tinham gravado. Paul resolveu ir ainda mais longe, mesmo sem ter
ouvido a música do The Who.
11 - "Oh! Darling" "Oh!
Darling" foi a última música que John Lennon gravou com os Beatles. Seus
últimos backing vocals foram gravados em 11 de Agosto de 1969.
12 - "I´ve Got a Feeling" "I
Got a Feeling" foi a última canção que Lennon e McCartney escreveram
juntos, e sua primeira colaboração de verdade desde "A Day in the
Life" três anos antes. Fundiram duas músicas que tinham em andamento, a de
McCartney "I Got a Feeling" e a de Lennon "Everybody Had a Hard
Year", quando perceberam que as músicas tinham tempos idênticos.
13 - "The End" Como detestava solos
de bateria, Ringo teve que ser forçado a gravar seu solo em "The
End". Paul McCartney disse em uma entrevista em 1988 que quando Ringo se
juntou à banda: "Nós lhe perguntamos:" E o que você acha de solos de
bateria? ", E ele respondeu: "Eu os odeio." Nós gritamos:
"Ótimo! Nós te amamos! "
14 - "Hey Jude" Paul McCartney pediu
aos 36 músicos que trouxeram para executar a partitura orquestral de George
Martin em "Hey Jude" para gravar uma faixa com todos eles cantando e
batendo palmas junto com o "Na-na-na-na, hey Jude", mas um deles
teria se recusado e saiu, dizendo: "Eu não vou bater palmas e cantar a
canção sangrenta de Paul McCartney!"
15 ? "Dig It" "Dig It"
originou-se como uma improvisação que fluiu da banda tocando um cover de Bob
Dylan, "Like a Rolling Stone", enquanto tocavam no estúdio. Fonte:
Buzzfeed - HÁ 44 ANOS, OS BEATLES TIRARAM A SUA FOTO MAIS FAMOSA . CAPA DO
ÁLBUM "ABBEY ROAD". TODA A AÇÃO FOI PLANEJADA PELO PAUL, CONFORME
DESCRIÇÃO ABAIXO:
Era 8 de agosto de 1969 quando os Beatles se
reuniram para o que viria a ser um dos seus últimos ensaios fotográficos. Não o
último de todos, mas o último a ser usado em um álbum.
Nessa época, o Paul já decidia as coisas, mas
nada era muito fácil. Reunir todos os membros da banda era difícil. Sair,
agendar horários, nada disso acontecia sem uma boa dose de desgaste. Ali,
talvez, o único Beatle que ainda queria ser um Beatle era o Ringo.
Mas o Ringo não conta. Por isso, foi do Paul a
ideia e iniciativa de fotografar naquela exata faixa de pedestres. Desenho de
Paul* O encarregado da missão foi um fotógrafo escocês amigo do John e da Yoko,
chamado Iain Macmillan. Antes de começar, ele tirou uma foto da rua vazia.
Linda McCartney também esteve lá e tirou algumas fotos dos preparativos,
enquanto o quarteto aguardava o ensaio começar. 1 tentativa * 2 tentativa 3
tentativa 4 tentativa 5 tentativa Foto da Capa do disco* Foram tiradas seis
fotos oficiais, para entrarem no álbum. Tentativa 06 A escolhida, todos sabemos
qual foi. A única na qual a formação estava perfeita, tudo alinhado, como
deveria ser, como era habitual dos Beatles. Esmero nos últimos detalhes. Paul
decidiu pela quinta tentativa. A sexta tentativa foi para o álbum A história
fez sua parte depois desse evento. Ninguém imaginava que os Beatles chegariam
ao fim alguns dias depois.
Nem o fã mais pessimista, nem mesmo John
Lennon – que cuspiu seu desejo de sair da banda em uma reunião sobre as
ambições de George de se tornar um compositor com mais espaço. De lá pra cá,
todos os detalhes imagináveis já foram destrinchados. Nem mesmo o velhinho
parado lá no fundo, passando como quem não quer nada conseguiu escapar. Até mesmo
ele já foi encontrado, entrevistado e teve seus minutos de fama, só por estar
ali
. A placa do Fusca, de
número LMW 281F, foi roubada repetidamente, até o carro entrar em leilão em
1986 e ser vendido por £2.530. Atualmente ele está no museu da Volkswagen na
Alemanha. Olha ele aí Hoje, atravessar aquela faixa de pedestres é um evento,
colocar os pés naquela ícone travessia.
MULHERES DOS BEATLES*
Maureen Cox - A inglesa foi a primeira esposa do baterista
Ringo Starr. Eles se casaram em 1965 e tiveram três filhos: Zack, Jason e Lee.
Dizem as más línguas que ela teve um caso também com George Harrison… Barbara
Bach Além de ter sido bond-girl do filme 007 O espião que me amava, ela é a
segunda mulher de Ringo. Os dois se casaram em 1981 e permanecem juntos até hoje.
Pattie Boyd - Em 1964, ela foi convidada para ser figurante
do filme A Hard Day’s Night e acabou figurando também no coração de George
Harisson. Eles se casaram dois anos mais tarde e ela foi a inspiração para a
música Something. Mas, mesmo com tanto amor, a união acabou em oito anos por
causa do ciúme de George e ela foi parar nos braços de Eric Clapton.
Olivia Arias - Segundo amor de George, ela teve um filho com
ele chamado Dhani e esteve ao lado do Beatle até sua morte em 2001.
Cynthia Lennon - A primeira mulher de John
Lennon o conheceu quando ele ainda não era famoso. Juntos tiveram um filho
chamado Julian, mas tiveram seu romance interrompido por causa de Yoko. Yoko
Ono Tida pelos amigos de John como uma manipuladora e interesseira, ela começou
seu romance com o Beatle enquanto ele ainda era casado com Cynthia. Eles se
casaram em 1969 e tiveram um filho chamado Sean.
May Pang - - Uma
americana descendente de chineses que teve um romance com John, de quem era
assistente, quando ele estava separado de Yoko, mais ou menos entre o verão de
1973 ao início de 1975. Nada muito sério…
Jane Asher - Modelo e atriz britânica com quem Paul
McCartney teve um relacionamento de cinco anos, entre 1963 e 1968. O Beatle
inclusive chegou a pedir a mão da moça em casamento, em 1966, mas, quando ela o
encontrou na cama de um hotel com outra, decidiu romper o noivado.
Linda Eastman - Como essa não flagrou Paul com ninguém,
casou-se com ele em 1969 e teve três filhos: Mary, Stella e James. Juntos, eles
montaram o conjunto Wings nos anos 70 e ficaram casados até 1998, quando ela
faleceu de câncer.
Heather Mills - Ela se casou com Paul em 2002,
mas as coisas não deram muito certo e a ex-modelo acabou levando US$ 40 milhões
do Beatle com o divórcio
Nancy Shevell- Se Paul McCartney fosse brasileiro, diríamos
que é por isso que ele não desiste nunca e ele se casou recentemente com essa
empresária e já milionária. (via: chivalr Pattie Boy )
- George Harrison & Eric Clapton Pattie
Boyd poderia ter sido mais uma modelo dos anos 60 caso não tivesse sido
selecionada para ser uma quase-figurante em um filme do maior fenômeno musical
de todos os tempos. Durante as gravações de "A Hard Day's Night", dos
Beatles, Pattie conheceu George
Eles viriam a se casar
dois anos depois, em 1966. Entretanto, a vida de Pattie também se cruzou com a
de Eric Clapton, o lendário guitarrista do Cream e compositor de grandes
músicas do rock. Eric e George eram amigos íntimos, e é assim que começa uma
das histórias de amor mais conturbadas da história do rock and roll:
Eric Clapton, George Harrison e Pattie Boyd, a
mulher que inspirou a composição de "Layla" (Clapton) e
"Something" (Harrison).
No texto a seguir, publicado no Daily Mail, a
própria Pattie explica este conturbado momento de sua vida. Nós nos encontramos
em segredo em um apartamento em Kensington. Eric Clapton me pediu para ir para
escutar uma nova música que ele havia escrito. Ele ligou o gravador, aumentou o
volume e tocou para mim a música mais poderosa e tocante que eu já havia
escutado. Era “Layla”, sobre um homem que se apaixona perdidamente por uma
mulher que o ama mas não está disponível. Ele tocou para mim duas ou três
vezes, olhando meu rosto a todo momento para ver minha reação.
Meu primeiro pensamento foi: “Oh Deus, todo
mundo vai saber que é prá mim”. Eu era casada com um dos amigos mais próximos
de Eric, George Harrison, mas Eric estava deixando explícito seu desejo por mim
havia meses. Eu me sentia inconfortável por ele estar me empurrando em uma
direção que eu não estava certa se queria ir.
Mas, ao perceber que eu havia inspirado tanta
paixão e criatividade, a música tirou o melhor de mim. Eu não pude mais
resistir. Naquela noite eu estava indo ao teatro para ver “Oh! Calcutta!” Com
um amigo e depois iria a uma festa na casa do empresário Robert Stigwood.
George não quis ir nem
ao show nem à festa. Depois do intervalo de “Oh! Calcutta!” eu voltei e
encontrei Eric no assento ao lado, depois de persuadir um estranho a trocar de
lugar com ele. Depois, nós fomos à casa de Robert separadamente, mas logo estávamos
juntos. Era uma festa ótima e eu me senti lisonjeada pelo que havia ocorrido
anteriormente, mas também profundamente culpada. Depois de algumas horas,
George apareceu. Ele estava de cara fechada e seu humor não melhorou ao
caminhar por uma festa que já acontecia havia horas e a maioria dos convidados
estavam sob efeito de drogas.
Ele insistia em perguntar “Onde está a
Pattie?”, mas ninguém parecia saber. Ele estava quase indo embora quando ele me
viu no jardim com Eric. Estava começando a amanhecer, e estava muito enevoado.
George chegou para mim e perguntou: “O que está acontecendo?”. Para o meu
horror, Eric disse: “Eu tenho que te contar, cara, que eu estou apaixonado pela
sua mulher”. Eu queria morrer. George ficou furioso. Ele virou para mim e falou:
“Bem, você vai com ele ou vem comigo?” Eu havia conhecido George seis anos
antes, em 1964, quando nós estávamos filmando “A Hard Day’s Night”.
A grã-bretanha e a
maior parte da Europa estava na onda da Beatlemania. John Lennon, Paul
McCartney, George Harrison e Ringo Starr eram acompanhados por multidões onde
quer que fossem, e em seus shows milhares de adolescents histéricas gritavam e
berravam tão alto que ninguém conseguia escutar a música. Pouco antes do início
da filmagem de “A Hard Day’s Night”, os Beatles conquistaram a América.
Em fevereiro de 1964 eles apareceram no Ed
Sulliven Show, um dos programas de maior prestígio na América, e atraíram 73
milhões de telespectadores. Eu era modelo, trabalhava com alguns dos fotógrafos
mais bem sucedidos de Londres, incluindo David Bailey e Terence Donovan.
Eu aparecia em jornais e revistas como Vanity
Fair e Vogue, mas em março minha agente me enviou para um teste de elenco para
um filme. Ela me ligou depois para avisar que haviam me oferecido um papel de
uma fã colegial em um filme dos Beatles.
Minhas primeiras impressões foram que John
parecia mais cínico e áspero que os outros, Ringo o mais carinhoso, Paul era
bonitinho e George, com seus olhos castanhos aveludados e cabelo cor de avelã,
era o homem mais lindo que eu já havia visto.
Em um intervalo para o almoço, me encontrei
sentada perto dele. Estar perto dele era eletrificante. Uma das primeiras
coisas que ele me disse foi: “Quer casar comigo?”. Ele estava brincando, mas
havia um toque de seriedade. Nós ficamos juntos logo depois disso e nos casamos
dois anos depois, no dia 21 de Janeiro de 1966.
Eu tinha 21, ele tinha
22. Eu era tão feliz e estava tão apaixonada. Eu achava que ficaríamos juntos e
seríamos felizes para sempre. Três anos depois, em 1969, George escreveu uma
música chamada “Something”. Ele me disse em uma conversa corriqueira que ele
havia escrito para mim. Eu a achei linda e ela acabou sendo o maior sucesso que
ele escreveu, com mais de 150 regravações.
Frank Sinatra disse que ele a achava a mais
bela canção de amor já escrita. A versão preferida de George era a de James
Brown. A minha era a do George Harrison, que ele tocou para mim em nossa
cozinha. Mas, de fato, desde então nosso relacionamento estava passando por
problemas. Desde uma viagem ao templo do yogi Maharishi Mahesh na Índia, em
1968, George ficou obsessivo quanto à meditação.
Às vezes ele ficava isolado e depressivo. Meu
humor começou a refletir o dele, e algumas vezes eu me sentia quase suicida. Eu
não acho que tenha existido um perigo real de eu me matar, mas já cheguei a
planejar como o faria: colocaria um belo vestido da Ossie Clark e me atiraria
da Beachy Head.* E haviam outras mulheres, o que realmente me machucava. George
era fascinado pelo deus Krishna, que sempre estava rodeado por jovens donzelas.
Ele voltou da índia querendo ser um tipo de figura Krishna, um ser espiritual
com diversas concubinas. Ele chegou até a dizer isso. Nenhuma mulher estava
fora do alcance. Eu era amiga de uma garota francesa que saía com Eric Clapton.
Quando ela e Eric se separaram, ela veio ficar conosco em nossa casa, Kifauns,
em Esher, Surrey. Ela não parecia nem um pouco triste por Eric e estava
desconfortavelmente próxima a George. Algo estava acontecendo entre eles, mas
quando eu perguntei a George ele me disse que minha imaginação estava me
guiando, que eu estava paranóica.
Eu fui viajar com umas amigas e depois de
alguns dias George me ligou para dizer que a garota havia partido. Eu voltei
para casa, mas estava chocada por ele ter podido fazer isso comigo. Me senti
rejeitada e miserável. Foi por essa época que Eric começou a freqüentar nossa
casa. Ele e George haviam se tornado amigos próximos, escrevendo e gravando
música juntos
A reputação de Eric
como guitarrista era altíssima entre os músicos. Grafites nos muros declarando
que “Clapton é Deus” estavam por todo o subúrbio de Londres, e era muito
excitante vê-lo tocar.
Ele era maravilhoso no palco, muito sexy. Mas
quando eu o conheci, ele não se comportava como um rock star – ele era surpreendentemente
tímido e reticente. Eu sabia que Eric me achava atraente e eu gostava da
atenção que ele me dava. Era difícil não se sentir lisonjeada quando eu o
pegava me olhando, ou quando ele escolhia se sentar próximo a mim
Ele me elogiava pelo
que eu estava vestindo e a comida que eu cozinhava, e dizia coisas que sabia
que me fariam rir. Essas eram todas as coisas que George não fazia mais. Em uma
noite de dezembro de 1969 eu levei minha irmã de 17 anos, Paula, para ver Eric
tocar em Liverpool. Paula era muito bonita e um pouco do tipo “menina rebelde”,
e naquela noite Eric se derreteu por ela. Depois do show, todos fomos para um
restaurante e todos ficamos bêbados e rudes. Quando o resto de nós voltou para
o hotel, deixamos Eric e Paula dançando. Na noite seguinte, Eric estava tocando
em Croydon e novamente Paula e eu fomos assistir, e novamente houve uma festa
cheia de excessos depois do show, desta vez na casa de Eric em Ewhurst, Surrey.
Logo depois, Paula foi morar com Eric. Em
março de 1970, George e eu nos mudamos para uma nova casa. Friar Park era uma
magnífica casa no estilo vitoriano próxima de Hanley-on-Thames, Oxfordhire, com
25 quartos, um salão de festas, uma biblioteca, um jardim de 12 acres e mais 20
acres de terra.
Uma manhã, logo depois de nos mudarmos, uma
carta chegou para mim com as palavras “confidencial” e “urgente” escritas no
envelope. Dentro eu encontrei um pequeno pedaço de papel. Em letras miúdas, sem
letras maiúsculas, eu li:
“querida l. como você
provavelmente já percebeu, meus assuntos caseiros são uma farsa galopante, que
estão se degenerando dia após intolerável dia... parece uma eternidade desde a
última vez que te vi ou falei com você!” Ele precisava saber o que eu sentia:
eu ainda amava meu marido ou eu tinha outro amante? Mais crucialmente, eu ainda
tinha sentimentos em meu coração para ele? Ele precisava saber, e me implorou
para que respondesse. “por favor faça isso, não importa o que diga, minha mente
vai descansar... todo meu amor, e”. Eu concluí que era de um maluco. Eu recebia
algumas cartas de fãs ocasionalmente – quando não eram cartas raivosas de fãs
do George. Eu mostrei a carta para George e outros que estavam na casa. Eles
riram e a desprezaram, assim como eu. Naquela noite, o telefone tocou. Era
Eric. “Você recebeu minha carta?”, ele perguntou. “Carta?”, eu disse. “Eu acho
que não. De qual carta você está falando?” Então caiu a ficha. “Era sua? Eu não
imaginava que você se sentia assim”. Foi a carta mais passional que alguém já
havia escrito para mim e colocou nosso relacionamento em um outro patamar. Ela
fez o flerte mais excitante e perigoso. Mas eu pensava que era apenas flerte.
De tempos em tempos durante a primavera e o verão de 1970, Eric e eu nos vimos.
Um dia, caminhando pela rua Oxford, ele me perguntou: “Você gosta de mim,
afinal, ou está me vendo porque sou famoso?” “Oh, eu pensei que você estava me
vendo porque sou famosa”, eu disse. Nós rimos.
Ele sempre teve
dificuldade em falar sobre seu sentimento, e ao invés disso os despejava em
suas músicas e letras. Teve uma vez em que nos encontramos sob o relógio da rua
Guildford High. Ele havia acabado de voltar de Miami e me trouxe calças
boca-de-sino – como na música “Bell Bottom Blues” (Blues das Calças Boca de
Sino).
Ele estava bronzeado e
estava lindo e irresistível – mas eu consegui resistir Em outra ocasião eu
dirigi para Ewhurst e nos encontramos num bosque ali perto. Eric estava usando
um casaco de pele de lobo e estava muito sexy.
Nós não fomos para sua casa porque alguém
poderia estar lá. Muitas pessoas moravam em Hurtwood Edge: sua banda, os
Dominos, Paula e Alice Ormsby-Gore, outra das namoradas de Eric.
A freira dentro de mim
achou a situação desconfortável mas estranhamente excitante, e foi no fim
daquele ano, depois que Eric tocou “Layla” para mim no apartamento em South
Kensington que eu sucumbi a seus avanços. Depois do confronto entre George e
Eric na festa de Robert Stigwood, eu voltei para casa com meu marido. Ao chegar
lá, eu fui para a cama e George desapareceu em seu estúdio.
Quando voltei a encontrar Eric, ele apareceu
de surpresa em Friar Park. George estava viajando – eu não sei se Eric já sabia
disso – e eu estava sozinha. Ele disse que queria que eu fugisse com ele: ele
estava desesperadamente apaixonado por mim e não podia viver sem mim. Eu teria
que abandonar George naquele momento e ir com ele. “Eric, você está louco?”, eu
perguntei. “Eu não posso. Estou casada com George”. Ele disse: “Não, não, não.
Eu te amo. Eu tenho que ter você na minha vida”. “Não,” eu disse . Ele pegou um
pequeno frasco de seu bolso e o segurou em minha direção. “Bem, se você não
fugir comigo, vou usar isso”. “O quê é isso?” “Heroína”. “Não seja tão
estúpido”. Eu tentei tirar dele mas ele puxou seu punho e escondeu o frasco no
bolso
“Se você não fugir
comigo”, ele disse, “é isso. Estou fora”. E ele sumiu. Raramente o vi nos três
anos seguintes. Ele fez como ameaçou. Ele usou a heroína e rapidamente ficou
viciado. E ele levou Alice Ormsby-Gore com ele. Eric já havia usado vários
tipos de drogas, aquelas que todos usávamos – maconha, estimulantes,
depressivos e cocaína – e ele bebia consideravelmente. Mas seu traficante
andava insistindo recentemente que ele comprasse heroína cada vez que Eric
comprava cocaína. Eric andava usando heroína esporadicamente por quase um ano e
acumulou uma boa quantidade. Então começou a usar sempre.
Ele e Alice se isolaram em Hurtwood Edge. Ele
não saía de casa, não via amigos, não atendia à porta ou ao telefone, e os dois
quase caíram no esquecimento. Ela esteve com Eric em Miami, quando ele estava
gravando “Layla”, e na hora soube que era sobre mim. Ela sempre teve a suspeita
de que Eric estava com ela porque ela era a segunda melhor coisa depois de mim,
e eu era inalcançável.
Ouvir “Layla”
confirmou isso. Ela esteve seriamente apaixonada por Eric, mas ele destruiu seu
orgulho, auto-estima e confiança, que já eram frágeis. Além disso tudo, sua
irmã mais velha era a última pessoa em quem ela podia buscar apoio.
Eu tentei ligar para Eric, mas Alice sempre
atendida e eu desligava. Eu passei a dar mais atenção para meu marido e para a
reforma da casa. Por um breve período o projeto nos uniu, mas a casa era tão
imensa e sempre tinha tanta gente nela que nunca tivemos qualquer intimidade.
Na maior parte do tempo, mesmo quando George estava em casa, eu não sabia aonde
ele estava. Na hora das refeições, havia tantas outras pessoas na mesa que não
era possível ter qualquer conversa. E mesmo que dividíssemos uma cama, ele
geralmente estava em seu estúdio ou meditando metade da noite em seu quarto
octagonal no topo da casa.
Este cômodo havia virado seu santuário. Eu me
sentia mais e mais alienada. Eu não me sentia incluída nos pensamentos ou nos
planos de George. Eu não era mais sua parceira em nada. Ele estava cercado de
“homens-sim”. Quando eu o questionava disso, ele dizia: “Bem, eu odiaria estar
cercado de homens-não”. Eu ouvi falar de Eric novamente em janeiro de 1971,
dois meses depois do encontro em que ele prometeu usar heroína. Ele me escreveu
de uma cabana no País de Gales. Na primeira página de uma cópia de “Of Mice And
Man”, de Steinbeck, ele havia escrito: “querida layla, por nada mais que os
prazeres do passado eu sacrificaria minha família, meu deus, e minha própria
existência, e ainda assim você não se mexeria.
eu estou no limite da minha mente, eu não
posso voltar e não há nada no futuro (além de você) que pode me atrair para
além de hoje. Eu ouvi o vento, eu observei o aglomerado escuro de nuvens, eu
senti a terra sob mim para um sinal, um gesto, mas havia apenas o silêncio.
porque você hesita, sou um mau amante, sou feio, sou muito fraco, muito forte,
você sabe porque? Se você me quer, me leve, sou seu... se você não me quiser,
por favor quebre este feitiço que me amaldiçoa. enjaular um animal é um pecado,
domá-lo é divino. meu amor é seu.”
A carta estava assinada com um coração. Esta
nota curta me despertou sentimentos que demorei dois meses para superar. Eu
escrevi para ele e disse o que ele queria escutar. “Como você está? Espero que
o ar galês esteja refrescando sua mente e aquecendo seu coração. Oh, eu queria
tanto passar um tempo com você aí... seria lindo estarmos juntos, apenas por um
tempo.” “Se as estrelas mudassem repentinamente seu curso e eu puder ir para
Gales, enviarei um telegrama. Por favor, se cuide. Luas cheias de amor, L”
Assim que postei a carta, tive dúvidas terríveis e imediatamente enviei um
cartão postal. Ele simplesmete dizia: “Olá, por favor desculpe e esqueça minha
sugestão desmiolada. Com amor, L”. Sua resposta veio na contracapa de um livro
de baladas escocesas e estava escrita em tinta verde. “foi muito significante
ter recebido ambas as cartas na mesma manhã. foi como observar um bumerangue em
pleno vôo”. Ele disse que entendia minha situação e não sabia o que sugerir.
“eu amo você, mesmo você sendo medrosa”. Nada saiu das nossas fantasias e eu
não o vi ou falei com ele novamente até agosto de 1971.
George havia
persuadido Eric a ir para Hurtwood Edge para tocar em um evento filantrópico,
“Concert For Bangladesh”, em Nova York. Eric estava em uma fase péssima, mas
George achava que se o levasse ao palco, mesmo sob o efeito de drogas, seu
vício viraria um “segredo aberto” e talvez ele abrisse a porta para seus amigos
um pouco, e eles poderiam ajudar.
Todo mundo sabia que
se Eric tivesse a chance de terminar duas performances – uma de tarde e outra
de noite – ele necessitaria de um suplemento de heroína assim que chegasse em
Nova York. Eu me lembro de conversas sobre encontrar uma muito boa, chamada
Elefante Branco, para ele.
Tinha que ser muito
pura porque ele nunca injetava – ele morria de medo de agulhas – mas cheirava,
como se fosse cocaína, em uma colher de ouro que ele usava no pescoço. Alice
encontrou a heroína – ela sempre conseguia. Enquanto eles moravam em Hurtwood
Edge, ela foi para Londres para fazer o trabalho sórdido de pegar suplementos
enquanto Eric ficava em casa.
Se os suplementos
começassem a acabar, ela daria a parte dela e pegaria alguma outra coisa. Ela
estava bebendo pelo menos duas garrafas de vodka por dia para que ele pudesse
usar a heroína. Naquele dia ele e eu mal nos falamos. Ele estava rodeado de
pessoas, e no palco, ele estava bem desligado; eu não tenho certeza se ele me
viu. Foi um choque pensar que ele havia feito aquilo para ele mesmo por minha
causa. No começou eu me senti culpada, mas depois meus sentimentos se
inverteram violentamente e eu fiquei furiosa por ele ter me pedido para
escolher entre ele e o meu marido.
Quando o show acabou, Eric e Alice voltaram
para os horrores de sua prisão auto-imposta em Hurtwood Edge. Pete Townshend do
The Who era o único amigo que se recusava a aceitar “não” como resposta e ia
para a casa com tanta freqüência que eventualmente Eric teria que vê-lo.
Pete o persuadiu a tocar em outro show
beneficente, desta vez em Finsbury Park, na zona norte de Londres. O show em
1973, divulgado como a volta de Eric, foi um triunfo. Eu estava sentada na
platéia com George, Ringo, Elton John, Joe Cocker e Jimmy Page. Eric não
parecia bem – sua dieta de viciado de junk food e chocolate fizeram com que ele
engordasse. Quando eu ouvi as primeiras notas de “Layla”, a primeira música da
noite, e depois a letra, meu sangue gelou. Ele podia ter se destruído nos
últimos três anos, mas ele não havia esquecido como tocar um coração com sua
guitarra.
Toda a emoção que eu
havia sentido por ele quando ele desapareceu da minha vida ferveu dentro de
mim. O show fez Eric lembrar que havia uma alternativa para sua vida de viciado
e ele concordou em aceitar o tratamento. Ele se livrou da heroína – e foi
direto para o álcool. Ele se tornou um visitante regular de Friar Park e
expunha seu amor por mim com vigor crescente.
Cartas chegavam quase
diariamente, e nelas ele pedia para que eu deixasse George e fosse com ele.
Enquanto isso, as coisas entre George e eu estavam indo de mal a pior. Eu não
sabia quais eram seus sentimentos em relação ao Eric quando ele voltou em
nossas vidas. Nós estávamos tão chapados na noite da festa de Robert Stigwood
que ele poderia ter esquecido sobre o confronto na névoa, mas eu acho que não.
George nunca falou sobre isso, mas depois daquela noite eu acho que ele sentiu
que podia ser tão descarado quanto quisesse ao buscar outras mulheres. Na
primavera de 1973 nós iríamos viajar juntos nas férias. No dia anterior à nossa
partida, George disse que não estava se sentindo bem e que não poderia ir. Ele
acabou indo para a Espanha, supostamente para ver Salvador Dali, com a mulher
de Ronnie Wood, Krissie.
Ronnie, então baixista do The Faces, e
Krissie, eram nossos amigos e freqüentemente vinham passar uns dias em Friar
Park. Eu estava desesperadamente machucada: outra de minhas amigas estava
dormindo com George. Quando eu o desafiei ele negou. Ao invés de viajar com
George, fui às Bahamas com minha irmã Paula, que estava lutando contra o
próprio vício em heroína. Enquanto estávamos lá recebemos uma ligação de Ronnie
Wood. Ele estava em turnê e disse que iria passar uns dias conosco. Ele não
parecia bravo com o fato de sua mulher estar com George – ele achava engraçado
eles terem ido ver Dali. Ronnie era um homem adorável, e talvez naquele momento
um pouco de diversão, risadas e um par de braços confortantes fossem o que eu
precisava.
A gota d’água para George e eu foi seu caso
com a esposa de Ringo, Maureen. Ela era a última pessoa de quem eu esperava uma
punhalada nas costas. Eu descobri através de algumas fotos que ela esteve em
casa com George enquanto eu visitava minha mãe em Devon.
Ele havia dado a ela
um belo colar, que ela usou na minha frente. Então eu os encontrei trancados em
um quarto em Friar Park. Eu fiquei do lado de fora esmurrando a porta e
gritando: “O que você está fazendo? Maureen está aí dentro, não está? Eu sei
que ela está!”. George apenas ria. Depois de um tempo ele abriu a porta e
disse: “Oh, ela só estava um pouco cansada, então se deitou”. Eu corri direto
prá laje da casa e abaixei a bandeira com o símbolo do Om que George tinha
hasteado e hasteei a bandeira de pirata no lugar. Aquilo me fez sentir muito
melhor. Maureen não estava preparada nem para ser sutil.
Ela voltou ao Friar Park meia noite e eu
perguntei: “Que diabos você está fazendo aqui?” “Eu vim escutar o George tocar
no estúdio.” “Bem, eu vou para a cama.” “Ah, bem, eu vou pro estúdio.” Na manhã
seguinte ela ainda estava lá, e eu perguntei: “Você já pensou nos seus filhos?
O que você quer? Não gosto disso.” “É complicado,” foi sua resposta. Ringo não
imaginava o que estava acontecendo até eu ligar para ele um dia e dizer: “Você
já se perguntou porque sua mulher não volta para casa de noite? É porque ela
está aqui!” Ele ficou furioso. George continuava fingindo que nada estava
acontecendo e me deixava sentir como se estivesse ficando paranóica. Eu me
sentia rejeitada e abandonada e era terrivelmente difícil falar com George. Ele
havia ficado pior no ano anterior, talvez porque Eric continuasse vindo e
deixando óbvio que queria me ver. George deve ter sentido que estávamos tendo
um caso, mas nunca disse nada. Numa noite, o ator John Hurt estava conosco.
Eric estava para vir também e George decidiu tirar a história a limpo com ele.
John quis ser educado e sair, mas George insistiu para que ficasse. John se
lembra de George descendo as escadas com duas guitarras e dois pequenos
amplificadores, os deixando no chão da sala e esperando impacientemente a
chegada de Eric – que estava de cara cheia, como de costume. Assim que Eric
passou pela porta, George estendeu uma guitarra e um amplificador a ele – como
um cavalheiro do século XVIII oferece a espada a um rival – e por duas horas,
sem uma palavra, eles duelaram. O ar estava elétrico e a música excitante. No
fim das contas nada foi dito, mas o sentimento geral era de que Eric havia
ganhado. Ele não havia se deixado irritar ou apelado para exercícios de escala
como George havia. Mesmo bêbado, ele era imbatível na guitarra. Toda a época
foi maluca. Friar Park era um hospício. Nossas vidas eram regadas a álcool e
cocaína, e assim era a vida de todos que viviam no nosso meio
Todos estávamos tão
bêbados, chapados e hedonistas quanto os outros. Ninguém parecia ter objetivos,
prazos ou nada pressionando suas vidas, nenhuma estrutura ou responsabilidade.
Cocaína é uma droga sedutora porque faz você se sentir eufórico e bem consigo
mesmo. Ela tira suas inibições e faz até a pessoa mais tímida e insegura se
sentir confiante. E nós tínhamos tanta energia – qualquer um falaria besteiras
duas vezes mais e beberia duas vezes mais porque a cocaína nos fazia sentir
sóbrios.
George usava cocaína demais e eu acho que isso
o mudou. Maconha não era destrutiva. A maconha nos anos sessenta – uma droga muito
diferente do skunk que os garotos fumam hoje – tinha a ver com paz, amor e
expansão de consciência. Cocaína era diferente e eu acho que congelou as
emoções de George e endureceu seu coração.
Na noite de ano novo
de 1973, Ringo deu uma festa em sua casa. George chegou antes de mim e, quando
eu cheguei, ele disse: “Vamos nos divorciar neste ano”. Em 1974, George contou
a Ringo que estava apaixonado por sua esposa. Ringo ficou num estado lastimável
e saiu dizendo:
“Nada é real, nada é
real”. Fiquei furiosa. Saí de mim e pintei meu cabelo de vermelho. Em junho
daquele ano, eu voltei para casa uma noite para encontrar Eric, Pete Townshend
e Graham Bell, outro músico, perambulando ao redor de nossa casa.
Eu fiz uma janta, que nós comemos entre risos
forçados, e então Eric me levou para fora e me pediu novamente para deixar
George. Nós ficamos sozinhos e juntos pelo que pareceram horas, e ele estava
tão passional, desesperado e persuasivo que eu me senti inquieta, perdida e
confusa. Eu tinha de fazer uma escolha. Eu iria com Eric, que havia escrito a
música mais linda para mim, que havia ido ao inferno e voltado nestes últimos
três anos por minha causa e que havia me balançado com seus protestos de amor?
Ou eu escolheria George, meu marido, que eu havia amado mas que estava sendo
frio e indiferente em relação a mim por tanto tempo que eu mal podia me lembrar
da última vez que ele havia me mostrado qualquer afeto, ou dito que me amava?
Naquela noite, Eric partiu e foi quase que diretamente para os Estados Unidos em
turnê. No dia 3 de julho eu contei a George que o estava deixando. Era tarde da
noite e eu entrei no estúdio explicando que estávamos levando uma vida ridícula
e odiosa, e que eu estava indo para os Estados Unidos. Quando ele foi para a
cama, eu podia sentir sua tristeza ao deitar ao meu lado. “Não se vá”, ele
disse.
Metade de mim queria ficar e acreditar nele
quando ele disse que ia melhorar, mas eu estava decidida. No dia seguinte, com
grande tristeza no coração, eu empacotei algumas coisas, disse um adeus choroso
ao Friar Park e voei para a América.
O que eu havia sentido por George foi um
grande e profundo amor. O que Eric e eu tínhamos era uma paixão poderosa e
intoxicante. Era tão intensa, tão urgente, tão avassaladora que eu quase perdi
o controle. Ao fazer a decisão de sair do meu casamento, eu sabia que estaria
com ele, iria a todos os lugares com ele, faria tudo o que ele fizesse, ficaria
com ele de todo o jeito. O que, naquela turnê nos Estados Unidos em 1974,
significava beber.
THE END*