sexta-feira, 12 de novembro de 2010

2ª GERAÇÃO / SÉCULO DO PACÍFICO *

   
Nos anos setenta  o mundo todo estava vivendo  o “Século Americano”, e não poderia ter sido diferente com os  portoalegrenses, e com o início do “som local" em nossa cidade…

 
Para sentir-mos as diferenças de uma época e outra , afirmo com certeza absoluta  que  a partir de 2008 começamos a viver “O Século Asiático". Os anos 70 e 80 foi rotulado como o “Século do Pacífico”.

Todas aquelas influências literárias e musicais, me parecia que estavam  dentro de uma máquina semeadora de dna’s . Novas tendências, outros textos, outras músicas, quer dizer um organismo completo posto a venda, para o mundo inteiro .

O “Capitão Shell e o Capitão Esso “revelaram um novo padrão para época , e   a” Laranja Mecânica” já mostrava contrações no 7º mês de  gravidez .

Dentro desse “sistema todo poderoso”,  que estava sendo implantado ; igual a uma doença hereditária dominante, Porto Alegre vivia dentro dessa murada da Mauá , sem códigos , uma cidade molecular sem núcleo..., lá estavam  “os fetos” do  “Teatro de Arena  & “Vivendo a Vida de Lee”,
“Porto Visão”, “Transa Som” , em meio a todo aquele turbilhão de informações.

 
Caminhando pela Rua da Praia , hoje..., retiro dos bancos da memória  lojas, que pra mim representaram todo este contexto e que se perderam quando assumiu o poder a 2ª Geração .

 
A Casa Sloper  deixou conectado em minhas lembranças de forma impressionante, aquele cheiro de uma época corporal ,dentro dos frascos daqueles perfumes franceses geniais, que se esparramavam por sobre balcões  de madeira de puro mogno .  Cada setor tinha uma forma inusitada , nada era igual. Luxo só !

 
A Casa Khrae , a Casa Lira , Casa das Sedas,
eram todas de um conjunto que oscilavam em nossas mentes,  entre  París , Londres, Nova Yorque ! A 24 de Outubro espelhava com suas lojas “chiques”
o novo , o embrião “pop”, a notável habilidade
de ser da hora, e que  também desapareceram.

 
A medida dos dias nos levava , a  estabelecer-mos uma nova origem dentro daquele espírito da época, que fisicamente nos acompanhava a todos os lugares.

 
Todos nós, vivíamos dentro de uma cautela necessária ; não tínhamos fundamentos lógicos
e  testemunhos  feitos sobre a juventude...mas nossos ouvidos já escutavam versos ...* É preciso estar atento e forte / não temos tempo de temer a morte*!

O problema básico é que a maioria dos leigos (nós músicos), vivíamos com todas aquelas afirmações e descobertas e quando começou  o primeiro “Uivo” da música local , não tivemos um diálogo sério com as partes envolvidas e os objetivos todos nós ignorávamos. O Teatro de Arena completamente dentro daquela “foco a  esquerda”, A rádio Continental dentro  da “onda ” (comunista /americana), P    orto Visão a mistura de moda e política , dentro de um mesmo “balaio”. Transa Som, o moderno americano ! Tínhamos na verdade uma “sociodiversidadepoliticadahora”, dentro da cultura local.

 
Não sabíamos que já existia uma “Lei” sobre Espécies em Extinção”, já promulgada para o futuro de todo movimento musical de nossa cidade nos anos 70 !

 
Leia os depoimentos I-II-III-IV-V-VI-VII-VIII, (Vivendología de Lee )e  passe a compreender
A  “Teoria da Evolução “que não houve” . As outras bases também sucumbiram dentro daquela visão da 2ª Geração .

 
Nossas origens que estavam nascendo para um mercado promissor ,para  a formação de nossa futura história de entretenimento e mercado próprio, não conseguiu estabelecer as necessidades para o mercado .

 
Todos resvalaram para uma versão ligeiramente alterada do que é mercado..., e entraram na realidade da cidade pulando de galho em galho pensando em si .

Caminhei de novo sobre o “Vivendo  Vida de Lee”, nos depoimentos (1 a 8) para resgatar
e enxergar as partes  obscuras, neste processo todo que chamamos “mercado de Porto Alegre”, que tem conservado este descaso sobre os artistas de nossa terra !

 
Dentro da  cronologia dos anos , as  modificações e evolução para um mercado a favor dos artistas da nossa cidade, foi medido sem responsabilidade nenhuma, e por essas coisas da vida, não passamos de folhas ao vento  em busca do “buzão da Penha” para encontrar-mos este tão desejado mercado que pague seus artistas !

 
“ O músico que toca por hobby prejudica a formação de um mercado profissional em Pôrto Alegre”.
Esta é a resposta para tudo que ficou de forma embrionária e que não vingou nos anos 70 .

... bem vindos ao *blog do Nec@o*... ,
                                                                                              Leia !

                                                                                               

Um comentário:

Luís Cláudio Delvan disse...

O que vemos hoje?
Aquele que recebia as influências de aqui e de acolá, hoje é uma referência citada por muitos de nossa terra.
Necão, Hallai, estão sempre presentes nas rodas musicais locais.
Já ouvi no rádio depoimentos sobre uma pessoa que passou por aqui há vinte anos atrás.
Sabes que é isto? Explico; aquela mensagem e a maneira de transmitir, estava muito além daquele tempo,tempo este meio vesgo, meio caolho, meio tosco.
Quando se achava "legal" e "bonitinho" aquele estilo.
Mas aqueles loucos não se deram conta que aquilo ali, apoiado no passado, na influência de gênios era a visão do futuro. Não souberam compreender ver a janela que descortinava o infinito.
Paga-se o preço de ser o futuro no passado, e ter passado seu passado no futuro.
Delvan