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- 2000* Ano que a Banda Cavalo Doido atravessou os Portais da loucura * |
...rotina...rotina...Partenon...Bento....calorão...rotina...rotina...zero hora...
bzzzzzzbzzzzzzzbzzzzzzzzbzzzzzzz...
2000 /Porto Alegre *
by/NecãoCast
O Verão começava a dar sua graça nas doutrinas de Porto Alegre, os dias e noites, começavam a desenterrar os arquivos do verão .
O Partenon , pela Bento , distribuía jornaizinhos do bairro com notícias limitadas .
Todos já estavam com o pé na estrada, esperando o fim de semana para ir rumo ao Continente da praia , para encontrar-se , com o Nescau marítimo de nosso litoral.
Abría a “Zero Hora” e não encontrava nada de interessante,...futebol...futebol... e + futebol !
O século 21 , já tinha chegado, meio cara dura com as fraldas sujas e a cara de bebê chorão .
Meu Deus do céu, fazer o que , comer churrasco, tomar chimarrão e engordar !
De vez em quando uma canção dos Beatles ao violão, pra viajar na barca do passado, e lamentar a falta de decisão dos jornalistas que só sonhavam em trabalhar na zero hora...zero hora...zero hora...bzzzzzzbzzzzbzzzz!
De vez em quando , passava na venda do seu Vitorino , para comprar a 1ª do violão que sempre arrebentava quando a adrenalina chegava no auge.
Este era o quadro que eu observava pela janela de meu apê, afinal era o começo da linha do Partenon / Caldre Fião !
Num daqueles sábados, em que a gente não sabe o que fazer, me aparece lá em casa , meu velho amigo de tantas batalhas / Jorge Hill !
Mas Que tal? (-) Necão , vou fazer uma apresentação no São Pedro.
a colocar uns e outros valvulados naquele palco, isto é que eu chamo de milagre!
Não , Necão, vou me apresentar com a banda no Hospício São Pedro .TCHÓIN !
O que, no Hospício São Pedro ? Sim vou botar pra rachar , “coisa de loco” !
Bota “cosa de loco nisso “! Vê se aparece lá...vai ser na sexta que vem ,as 9 da noite.
O Jorge foi embora com sua bike, e fiquei pensando naquilo tudo
Minha mente começou a viajar, “puta merda” !
É um lance, nunca na história desse País , alguém, ou uma banda fez isso.
Eu acho que no mundo, ninguém tocou para os loucos literalmente, em um hospício.
O Jorge Hill, vai romper uma barreira secularmente cristalizada.
Isto é jornalístico, literário, poético, social, a nudez de uma Banda, finalmente chega à Porto Alegre.
Todas as teorias evolucionistas , deterministas , cairam por terra ; demais!
Nem a escrita de “La Guerra Del Fin Del Mundo”, do Sarmiento , vai poder
se comparar a este ato do Jorge Hill !
Toda a melancolia e os mistérios de Edgar Alan Poe , não vai ser considerado
mais comtemporâneo do que este lance genial : A banda Cavalo Doido toca No Hospício São Pedro .
Isto é mais que um "flasbak " dos Miseráveis do Vitor Hugo,é mais Cult que o Aldous Huxley no auge da fama, a contracultura dos anos 60 “michou” , ficou vermelha de vergonha !
E o Admirável Mundo Novo que esmagava a individualidade, é história pra boi dormir, "fullgás" e inacabada !
Cavalo Doido no Hospício São Pedro é mais combatente que Bento Gonçalves.
Que coisa o “velho sonho americano “ não tem nada disso, o velho Eldorado virou um pedaço de terra seca, frente a esta legítima “saga” da Cavalo Doido.
Steinbeck, jamais visitou um hospício naquele viagem memorável junto de seu
Cahorro .
Penso com a cabeça do Senhor Presidente , logo existo ! O Jorge não é marionete , meu Deus , isto sim é periférico, me lembra doença de pulmão,
água poluída, tosse seca , lágrimas nos olhos, crianças de pé no chão, bêbados pedindo perdão !
As letras dos “Blues”, totalmente equivocadas, perante a realidade brutal de uma banda tocando no hospício.
Servidão Humana, o Fio da Navalha, a Geração Perdida, tudo coisa de boutique, rótulos... tudo rótulos... !
Gertrud Stein, que deixou a luz da sala acessa, antes de ir pra guerra , virou fichinha perto da Cavalo Doido ensandecida a contradizer os fatos , loucos somos nós !
Tudo que pretensamente tínhamos lido e comprado na “Feira do Livro”, nos levou a órfãos literários sem” status quo "da esquerda, abandonados sem o apoio paterno daquela feira de best-sellers, humilhados por edições literárias com papel couchê cheias de ilusões ,sem realidade alguma.
Passei a semana toda questionando todas as apresentações da música local e seus movimentos sem função social e sem Deus ,durante toda história de nossos sonhos pelas ruas de "Porto Alegre é Demais !" As atividades anárquicas do amor, a primeira pulsão vida e morte, a qualidade imaginativa frente a realidade horripilante, as máscaras sociais, o vácuo da fantasia, a superficialidade dos críticos, a vivência da mentira, e aquelas histórias do “Nunca Más! ...isto ou aquilo...!
Todas as Dinastias do Rock gaúcho ficaram limitados , toda constituição cultural do Estado, mostrou o lado delapidado da mente do presente e do passado.
Imagina, no Hospício sem uma regra de etiqueta homogênea sem aquela civilização protegida por jornais e revistas, sem a “panela” pra passar a mão por cima, apenas raça e guitarras compradas a prestação nos saldos das lojas de música de Porto Alegre .
...e a vida continuava ...continuava ... naqueles dias de zero hora...bzzzzzzbbzzzzzzzzbbbbzzzzzzzbzzzzzzzzzzzzzz !
A semana correu entre rios e dragões, algumas casas começaram a ser pintadas no velho Partenon , o mofo do inverno tinha deixado as paredes “ cor de burro quando foge “ , bem ao estilo periférico do bairro .
Luiz Wagner , o guitarreiro já estava de volta para fazer um som , e sempre falava do Partenon dos anos de sua juventuda quando tocava nos Brazas.
Tudo dentro dos” livros sagrados”, de nossa mania de não ser comercial.
A sexta feira finalmente chegou , ela sería absolutamente única, temporalmente à partir de agora, registrada nos arquivos de nossa contra cultura urbana.
Jorge Hill , Flávio” Big Dog” Assis , Hubert Monteiro, Sérgio Gomes ( e um guitarrista que não lembro o nome,( que tocou naquele noite e nunca mais apareceu na cena gaúcha, tipo aquela história do Pekos (Liverpool Song ) que desapareceu e até hoje é procurado pela imprensa gaúcha que não viram êle tocar e , andam atrás
dessa lenda , mas não conseguem editar nada . por que perderam o trem da história.) A Banda Cavalo Doido estava a poucos passos desse feito que deixou tatuado nas paredes do Hospício o dia que A BANDA > CAVALO DOIDO TOCOU NO HOSPÍCIO SÃO PEDRO , e que ninguém prestigiou ! Só eu, Iara Negra , Dudu Vargas e os pacientes do Hospício São Pedro . . Aguardem !
...continua..., imperdível , ...a parte Gótica da história !
5 comentários:
Encaro meus medos observando a loucura de outros.
Insondáveis as razões da mente insana, mas as razões estão lá,obscuras,hibernando e latentes.
Mas só os loucos são capazes de compreender o som que flui da arte de alguns "Cavalos Doidos" soltos no Partenon?
Longa e próspera vida ao Cavalo Doido.
ARRAZOU ,
LINDO , EMOCIONANTE ,
DE CINEMA / ABRAÇÃO ,
Rô ( Fog Comunicações )
Prezado Necão,
Lindo os textos, lindo a pegada ,
maravilhosa memória escreves o passado cheio de futuros, esta última postagem me levou a Porto Alegre que não conheço, mas senti de perto a catarse desses músicos "muito loucos" aí do sul. Esta história de Jorge foi de tirar o fôlego.Que nome lindo PARTENON,que coisa mais real, mas ao mesmo tempo cheia de resgates de sonhos jovens de estrada. Li todas postagens (levei um mês inteiro) Parabéns- Vou deixar meu
Vou deixar meu
e-mail bethkrauffer@gmail
Obrigado por me mostrar Porto Alegre com outra lente, outro toque, não sabia disso tudo e não sabería.abs/Beth
Obrigado Delvan, Beth (bem vinda)
Rô (beleza pura).
Palavras energéticas vibrantes e cheias de boas energías .
Beijão a todos vocês !by /Necão*
Necao,
simplesmente admiravel. A historia sendo contada como uma legitima estoria.
Viva o mestre e sua mente alada ... o cara que segura o vento, esconde estradas, flagra a noite ...e esquenta o sol
Abs
Jorge Hill Vargas
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