sexta-feira, 13 de setembro de 2013

- A PARTE INTERNACIONAL DE MR. LEE –







- O RADINHO MÁGICO -

Radinho Sony - é o mesmo que eu curtia Mr. Lee*



Ninguém até hoje escreveu sobre a parte musical internacional de Mr. Lee, 

 programa de rádio dos anos 70, que era apresentado na Continental - 1120 em Porto Alegre.


Aí vai... > esta vasta nuvem de energia que como vapor brilhante entrou em minha mente definitivamente.


Morava na Salgado Filho em cima do Corujão , casa notúrnica,

 paraíso de mulheres desgarradas, sem envolvimento nenhum ,

 que levavam nos peitos uma tabuleta invisível –

“ Gostamos de homens bem vestidos, que tenha carro importado e use relógios caros , porque é pelo pulso que avaliamos o cliente!”


Neste clima Salgado, da Salgado Filho, lá de cima da minha janela
 
Salgado Filho
 observava o famoso cursinho pré-vestibular do Prof., Clóvis e do Fogaça.


Tudo se misturava ,

 poetas cegos ,

 fundo de solidão,

 sandubas, hot dogs,

 homens e mulheres sem sonhos e,

CORUJÃO , ANOS 70

 os Estados Unidos que as dez da noite como um super jato,

 rompia as barreiras do som e se  transformava em gaivota,

entrando janela adentro, naquela caixinha que eu morava com

 minha Negra e meu filho Marco.


 Eu tinha um rádio Sony que também gravava ,

 era só apertar uma das teclas ,que a fita basf respondia na hora,

 registrando aqueles oceanos todos que desaguavam em minha

 cabeça,

 cada dourado minuto.



Mr.Lee , as 10 da noite entrava a mil,

MR.LEE

 detonava todas aquelas cenas salgadas da Salgado ,

 e levava o pequeno mundo de Porto Alegre para o “Gran Mond”.


Tudo se transformava,

 aquela avenida poluída era o Soho,

 Greenwiche Village,
 
Greenwiche Village (NY)
 Alabama,

  Route 66

 a Califórnia

 > o oxigênio para suportar os fantasmas da Revolução Farroupilha

 e o ranço craniano envolvido num manto negro deixado numa das mesas do Corujão.


Aquelas noites de Mr. Lee, pintava os taxis todos de cores

 amarelas,

 pela janela sentia aquele Uivo afinado na grande imensidão da

 minha cabeça e,

 lá embaixo o asfalto rachado pelas guitarras dos grandes cowboys

da música internacional que despejavam seus solos , harmonias

 salpicados de sóis ,luas cheias e estrelas do Cruzeiro do Sul.

Micro Newman valvulado do Mr. Lee


É aki Xará o RockLand ,

 o choque de misericórdia,

 estamos livres das 10 as 11,

 aproveite estes gotejantes minutos...,

Cost to Cost..,

COST TO COST

 a América não vai deixar você dormir sozinho,

ela mora aki na Contí !


A música estava viva na minha alma inocente,

 ela escorria do céu.


O Rio Americano começava na Rua da Praia com a General ,

 sempre as 10 da noite,

 e a fumaça branca que saia pelos micros newman da voz de Mr. Lee ,

 informava a todos nós, que


!Habemus Música !


Cada noite era um evento,

 Mr. Lee era um touro bravo solto na eternidade,

 êle não repetia música ,

caçava os vinis todos em Nova Yorque >



 Loggins & Messina,


Jim Croce,

 Doobie Brothers,

 Herb Padersen,

 Michael Murphey,

Johnny Cash ,

 Nashville os melhores do Country e do Folk,

 Peter ,Paul and Mary,

 Dan Fogelberg,

 Willie Nelson,

 Steely Dan,

 Bob Dylan,


Crosby, Stills and Nash,

 América ,

 Led Zeppelin,

 de vez em quando uma chance para os Beatles,

 Alabama,

 Santana,

James Taylor,

Neil Young,

 Creedance,

 alguma coisa do Yes,

 músicas desconhecidas de cowboys durões,

 guitarristas que jamais rodaram em qualquer outra emissora de

 Porto Alegre,

 Birds,

 The Band,

 Stones,

e muitos outros inéditos até hoje, que só Mr. Lee tem ...

impossível lembrar neste troar da memória de tudo que  Mr.Lee

 rodou em seu programa.

 Um show de informação...eu escutei,

 eu participei,

 eu gravei no meu radinho de pilha ,

 sendo que tudo isto aconteceu nos anos 70,

 tempo do alvorecer de todos estes vinis mágicos que Mr. Lee nos

 mostrou na fonte do nascimento de todos eles.


Depois daquela adrenalina toda, daqueles anos mágicos

eu ficava ainda na janela olhando aquele clarão lançado pelo

Mr. Lee,

 e o Corujão lá embaixo engolindo aquelas pessoas, colocando

 lenha

na fornalha.


Porto Alegre, voltava a ser Porto Alegre,depois das 11.

Local onde Mr. Lee detonou um mega som - Beach Street*

 O relógio marcava meia noite e,

 se naqueles momentos que eu ouvi tudo  isso, 

  tivesse escrito ,

 eu sería best seller!


Confesso que ouvi !



 

 


9 comentários:

Alécinho disse...

Necão, que emoção, que anos aqueles
de Mr. Lee,as dez da noite na Continental era som da alma
eu ficava na maior curtição com o Júlio que era mestre na escolha daquelas músicas.
O vídeo do final deu bem o clima daqueles anos do radinho.
Texto memorável .
Abração, vamos conversar .
Alécio (Alécinho)

Anônimo disse...

O que seríamos
Sem os ventos do passado
Onde estaríamos
Se não fossemos constantemente atingidos
Por estes raios
Por estas luzes
Plantadas lá atrás
Quando tudo era criado
Quando tudo era contestado
Quando tudo nascia.
(Delvan)

Anônimo disse...

Postei no meu blog em 31/10/2010 um vídeo parecido com o Easy Ride deste post, a trilha era Erebango do Necão e a estrada era route RS040.
(Delvan)

Anônimo disse...

Existe uma felicidade
Grande
Me esperando
Enquanto meus pés
Nus, pisam pedras
Existe uma felicidade
Grande
Me esperando
Enquanto minha mente
Desnuda, sangra vendo a realidade
Existe uma felicidade
Grande
Me esperando
Em uma curva da minha estrada.
(Delvan)

Necão disse...

Alécinho, não acreditei quando li tua postagem , quanto tempo ...fiquei feliz ... como vai velho, e aquelas escalas malucas que tu inventou naqueles anos doidos. Tu casou com a Ni ,como vai a tua vida ?
Abração querido ,tem coisas que tu vai gostar de ler aí no blog, Demais
cara!

Necão Cast (hallai) disse...

Os ventos do passado , (gostei desta sacada Delvan), pra onde será que eles voam ? Abraço*

Anônimo disse...

Ventos do passado
Vivemos para ter um futuro
Com sabores de lembranças.
(Delvan)

Alécinho disse...

Oi véio ,
A vida é loca mesmo,te digo o seguinte, a NI foi uma das coisas mais importantes que me aconteceu na vida , mas tudo acabou , ela foi pra Minas (fez concurso público) eu me formei (Engenheiro Cívil), casei com outra menina , tenho um casal de filhos e vivo feliz com tudo isso.

Quanto as escalas a coisa toda funciona como a história de SANTOS DUMONT, êle inventou o dito cujo e a glória ficou para os americanos.

Anos depois ouvi o LEE RITNOUR fazendo alguma coisa parecida , mas enfim aqueles anos 70 pra mim foram definitivos .

Necão é muito assunto vê se aparece cara , vamos conversar -

Abração saudoso / parabéns pelo blog demais - estou lendo aos poucos - aparece !

Anônimo disse...

Perdidos & Achados

Guardados entre perdidos e achados
Maus pensados/pensamentos
Passagens entre vales e precipícios
Saudade de amores ilícitos
De almas perdidas
Que achamos em noites insones
Em ruas molhadas da madrugada
Em gritos ao infinito
Em pedidos mudos de socorro
Vontade insatisfeita
Espera do dia
Manhã tardia
Esperança vazia
Esquinas sombrias
Lugares estranhos
Onde camas rotas
Esperam corpos cansados
Estamos todos perdidos
E achados.............
(Delvan)