...em algum lugar do passado....
by *necão
Sempre fui adepto de agenda, devo ter em meu armário mais de 40. Isto
tudo quer dizer, 40 anos de vida.
E, exatamente dentro de uma das agendas , que encontrei um esboço;
desenho de uma árvore, com o nome de todas as gurias que
passaram
pela minha retina e moraram por vezes em meu reino de sentimentos.
Estas anotações ajudaram minha memória a lembrar de fatos que me
surpreenderam.
A evolução desta vez vai caminhar para trás, esta tendência vai
mostrar aquele momento em que elas surgiam de repente, na faixa ,
no clube, no colégio e, deixavam no ar, aquele “zooom”!
As flechas naquele tempo tinham por alvo o coração,
não os genitais.
A ingenuidade e a inocência pueril daqueles tempos,
passaram por cima de tudo.
Todas as descriminações sociais da época, que tinham os instintos
aguçados, ficavam a margem, do que eu levava na cabeça... , sonhos,
cinema e música.
Aquilo , sim... , musas e os contornos daquela ilusão toda, era o que
brilhava , onde os olhos revelavam todos os sentimentos.
A estrutura patriarcal , em que as mulheres começaram os anos 60,
era totalmente subjugadas pelos homens (pais), e nós os guris,
passamos aquela
época, construindo pontes , paraísos e jardins do Éden ,para que os
nossos sonhos pudessem passar por cima de todas aquelas
convenções sociais.
O coração funcionava como um tambor, vasto, imenso, oceânico ;
junto das canções da época, que ajudavam a todos nós , a curtir a
vida ,a idealizar a mulher perfeita , através das gurias , que estavam
O desenho das musas, começou a se manifestar bem na época
do “Era uma vez ...”, ou seja > O reino que começava
a se descortinar e a descobrir as noites estreladas, as noites de
intensas serenatas , as noites de Julietas nas janelas, a espera dos
Romeus.
Numa das folhas desenhadas na árvore da minha agenda, (anos 60)
vejo o nome de Rute; morena tipo Brenda Lee ,> a Brenda Lee não
chegava aos pés da Rute, mas a época dela, sim ; cantando a música
“Dinamite”, que fazia a trilha sonora para a Rute passar,
e se transformar, na “garota papo firme”, com aqueles olhos
faiscantes, com a certeza de ser
a mais bela do Reino. Ela mesma fazia a seleção, escolhia quem devia
ser sua amiga , tal a certeza de ser bela. A frase:-“ Óh , que Broto
dono da Tabacaria” ; Marli e Marlene! Engraçado, eu ia lá, só pra
comprar , folha de papel almaço, só pra ver as gurias , mas a gente só
encontrava , era seu pai, elegante, com cara de escritor americano
com tédio, mas de vez em quando, dava de cara com elas, era bom
,”muito bom” ! Aquelas cenas da Tabacaria Vera Cruz, sempre me levou
a
Fred Astaire naquele filme ; “ O caminho do Arco-ìris.”
mimada, mas preparando-se para
assumir o cargo da mais linda do pedaço. A casa dela sempre estava
fechada , parecia proteção demasiada para quem ainda não era
aquilo, mas prometia .
“O pequeno Príncipe”, quando
, lembrei da Carmem Lúcia.
A Mariza do Sulbanco , parecia um manequim de hoje, elegante e
frágil, estudava na minha aula, e seus pais buscavam ela de
automóvel no colégio, que ficava apenas à uma quadra do Banco,
eles tinha residência no fundo da agência; áhhh ! que mundo bom!
Nos tempos antigos , a mãe falava muito de uma atriz chamada Teda
Bara que tinha feito um filme chamado ; “Beije-me seu tolo”, este
título cabe bem pra Mariza do Sulbanco.
A irmã do Daniel, morena, com uma manchinha vermelhinha no rosto,
era só mistério ,ela olhava pela janela e a gente pensava ser o único
guri da cidade.
As vezes ela saía, mas ficava no ar, aquela pergunta?
Namorar esta menina vai ser uma função, quanto mistério terei que
desvendar, vou passar a vida inteira tentando decifrar “ o caso da
mulher arquétipa” . Aquelas imagens sedutoras numa das travessas
da Pe. Claret ,cairía bem no filme do Dustin Hoffmann ; “ A primeira
noite de um Homem”.
A filha da dona Laíde , a Lídia, que quando cresceu botou pra
arrebentar na faixa, de repente ela despontou, desenvolveu o poder
das ancas, num corpo saudável, num mundo instintivo. O estilo que
ela adotou só poderia ser lembrado com aquele filme
“9 Semanas ½ de Amor” , com a Kim Bassinger.
A Auda , a irmã do Cauby , primeiro homossexual do planeta
terra, que morava em nossa tão bonita cidade , que naqueles tempos
todos chamavam de “putus” , (em latim fica mais elegante.) A Auda
só
olhava; eu pensava, ela deve ter a sua própria música,o próprio livro,
a igreja,...etc..., ou talvez um trauma pelo irmão, uma coisa antiga
acompanhava aqueles
olhos de Auda.
.
Muito engraçado , ela sempre me lembrou aquele filme nacional;
" Eternamente Pagú".
...mas tinha a “Nena do Lico”, menina “lôra” autêntica,
super fina , mas com um olhar , entre o triste, e o "alegre doce que eu
sorvo" , as vezes eu pensava ,que ela queria alçar vôo até os nossos
espíritos, pois ela olhava de um jeito profundo , como querendo
revelar, ou falar alguma coisa muito boa, e que nós todos, não
demos oportunidade a ela > de disser. Um filme da Kim Bassinger
ajuda a lembrar a Nena do Lico. “Nunca mais Outra Vez”.
A Helena, figuraça ,morena, tranças longas,passeava pela avenida
com porte de princesa, o destino parecia que falava : você será uma
mulher cheia de vida, bronzeada pelo sol . " Love Story ", lembra
Helena...Helena ...Helena !
Antonieta do “Simca”, lôra ,magra,espontânea e feliz, morava na
“faixa” ,
num apartamento em cima do Sul Brasileiro. Dei um compacto
simples
pra ela ( Uma Lágrima Sulviso/do Bob Solo), num de seus muitos
aniversários. Ela era isso mesmo ,uma coisa nova no pedaço, uma leve
suspeita de ser a garota dos sonhos, naquela cidade que tinha um
ênfase especial, uma atividade lúdica no ar.
Antonieta pode ser lembrada com o título daquele filme da Jodie
Foster
“A menina do outro lado da rua “
Shirlei da Malta, olhos que me davam a impressão de alguém que
tinha por missão ,” resgatar um um tesouro do fundo do mar,” tal o
excesso que transmitia dos perigos da vida por aqueles olhos
mágicos.
Julie Christe , atriz britânica me leva a Shirley da Confeitaria Malta,
com o título daquele filme :- “O Céu pode Esperar”.
Solange, “lôra”,educadíssima,sempre com os olhos super espertos,
sempre tive a impressão que ela só bebia chá da Inglaterra.
Pensava eu, quando será que ela vai aparecer na frente daquela casa
bonita cheia de folhagens, numa hora boba , as 4 da tarde e ficar no
portão . As vezes levava ela do colégio pra casa, ela caminhava super
rápido, e não olhava muito para o lado , somente para frente , tinha a
impressão que tinha pressa em encontrar o futuro. A Solange sempre
me pareceu uma menina fora daquela onda : Vamos aproveitar
enquanto há tempo” , isto não, não servia pra ela.
Talvez invertendo a frase do título daquele filme argentino, daría
certo com a Solange: “Matemática dez, Amor Zero”.
A Vera do “Binho”, tinha o porte das estrelas da Globo,
alta , elegante, com rosto de “pós adolescência”.
Sempre vi, ela a distância, do outro lada da calçada, nossas
calçadas
nunca se encontraram .Ela não prestava atenção no que passava a
seu lado,
altiva e sincera, passou muito rápido por sua própria juventude.
Quando a gente notou, ela não estava mais na cidade.
“Suave é a Noite”, com a Jennifer Jones, define muito
bem , o brilho da Vera do “Binho”.
A Gessy da fazenda ,chegou na cidade como um balão mágico,
ninguém sabía as origens da garota. Ela era de uma beleza rural , tipo
assim “namoro a cavalo”.
Começou a estudar no noturno e, sempre em dia , bem arrumada ,
maquiada, e disposta a bater um “bom papo”, ainda mais quando
chegava para a aula do colégio noturno.
Ela carregava doçura , força e, um olhar de quem já tinha participado
da alguma guerra pessoal.
Ela morava na Fazenda do outro lado da federal, e a gente levava
ela
Até o Pórtico “Bem Vindo Seja “, na entrada da cidade.
Um filme do Robert de Niro, “Não somos Anjo” , serve sob medida para a
Gessy .
Agrícola Mercantil.
Todos os cidadãos começaram a freqüentar o Banco Agrícola, só para
ver a Aparecida.
Todos se apaixonaram pela Apa, ela arrazou com suas mini-saias, cheia
de cores, parecia a materialização da primavera , tal seu riso e
disposição quando passeava pela avenida .
Levava no olhar , um vago gesto senhorial , sabía o que estava
fazendo ali , naquela cidade cheia de homens que jogavam “bolão”,
no clube.
“Totalmente Selvagem” em que estrelou Melanie Griffith , lembra
a bela Aparecida.
Quando passava na frente do “Bar Garça”,(há bar garça), era uma
explosão de maus olhares , "que coisa" > murmuravam todos.
Mas bhá ,ela passava como um “trator”, rumo ao seu destino
que era também no “Meu Cantinho”, um clubezinho da perifa > muito
legal !
Ela não era algo pra sempre, mas incomodava .
“Projeto Secreto” , cabe bem pra Sueli ,um filme em que o mocinho
era o Matthew Broderick.
Maria Luiza, estudou comigo na” aurora da minha vida”.
Ela sempre chegava no Colégio, como um “Tapete Mágico”, não fazia
barulho, lembro dela com a merenda na hora do recreio,
embrulhada num guardanapo “chique”.
Sempre foi uma menina presente, sincera, desperta.
Sempre tive a sensação que Maria Luiza era o protótipo de uma menina
feliz > pelo porte e pela cordialidade
com que tratava a todos.
Uma menina tranquila era a Maria Luiza !
Ela foi a primeira linda, que eu tive o prazer de ver, naqueles anos
sessenta, que saiu daquela família de muitos irmãos e irmãs.
A “Época da Inocência” , filme com Winoma Ryder, marca
na minha mente a Maria Luíza.
As Gurias do “Meu Cantinho, eram muitas, que nos finais de semana ,
levantavam vôu como borboletas, e seguiam
para o Cine Palácio, comandadas pela Orquídea e a Brigitte,
duas” lôra ” com requintes de beleza .
A Brigitte dava a impressão de que, nunca mais alguém iría fabricar
outra mulher igual aquela.
Ela passava, e o vento ficava a favor dela, deixando
a cena em tons vermelho e rosa com folhas a rolar
pelas calçadas do Bar Garça.
Os “bebuns” do bar, paravam com o copinho (martelinho)
no ar, não acreditavam no que estavam vendo.
As outras , que acompanhavam ela , também não deixavam
por menos, despertavam paixões paralisantes , naquelas tardes de
domingo, quase noite, nos rapazes do “Bar Garça”, que pertenciam a
2ª
linhagem da cidade..
Incrível, mas isso acontecia toda vez que as gurias pintavam
na avenida principal da cidade.
Não podería ter outro título.
“ E Deus Criou a Mulher”.
FIM*
FIM*
Importante : Cientistas estão intrigados pelos resultados obtidos por
cientistas no Centr0
Europeu de Investigação Nuclear ( CEM > da sigla em inglês em
Genebra, que
afirmaram ter descoberto partículas subatômicas capazes de viajar
mais rápido do que
a velocidade da luz.
Isto tudo quer dizer que em > muito breve poderemos voltar ao
passado.
( Jason Palmer > BBC NEWS - 22/set/2011 )
THE END !
2 comentários:
Mulheres milenares, lembranças amadas.........
Cada um tem as suas.
Sempre tão perto e as vezes tão inatingíveis.
Mas por que nos faltou a ousadia de tentar.
... Delva, se existirem dúvidas é só cantar momentos / desses loucos e ainda amantes / tempos ...tempos... e tempos !
abraço/ Necão
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