sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

- OS OLHOS DE AUDA - ( 7 ) - Final ...

- ORÁCULO DE SINAIS  -
                                                                                by/necão
A verdadeira arte não se revela de imediato, ela é como a vida, aos poucos vai se mostrando no dia a dia.

Os Olhos de Auda veio a mim como uma centúria que formava a cada tempo, um início e fim , de alguma coisa que estava me acontecendo ou iria me acontecer.
Tudo começou, quando moráva-mos na 388 ,a terceira casa de minha família , perto do Cine Imperial ,  no final da infância , na pré- adolescência.
Nunca soube se isto fazia parte de aspectos ocultos, telepatia, clarividência, ou fenômenos paranormais .

Já contei a primeira vez , quando em Pasos de Los Libres , me peguei diante dos olhos de Auda.
Depois , durante a vida inteira de forma ingênua ,ou por força misteriosa da natureza, os olhos estavam ali , me olhando , tanto no doce como no amargo da vida.
Não era uma coisa permanente, vinha de vez em quando,
em situações de revelação ou de precipício.
No Rio de Janeiro, em São Paulo, em Porto Alegre, no velho Paraná , na jovem Santa Catarina em lugares escuros, em terras claras, lá vinha os olhos de Auda!
No Hallai-Hallai, muitas vezes encontrei na parada do ônibus, depois dos ensaios, aqueles olhos na luz crua do luar.

Quando estava no Studio do Mosch, na Pompéia, gravando o “Mister Tambourine Man “, nas madrugadas de “Sampa” na Santa Cecília, ouvindo aquele
LP do Tom, Jobin, “O Tempo e o Vento, sentindo uma saudade  das sementes gaúchas.
Dos amigos que passaram em minha vida e se foram estrada a fora , deixando a reza só pra mim , junto dos Olhos de Auda !
Em meio a velhas verdades familiares, caminhando sempre como um apóstolo em busca dos ventos da mudança , lá estava os Olhos de Auda !

No “Vivendo a Vida de Lee”, emocionado com o Júlio, quando o velho cowboy, com aquele bigode de Dostoiewski , lançava flechas verbais aos ares de Porto Alegre :-“ É aki xará , o som de Lee ! ... Lá estava os Olhos de Auda me esperando na subida da General .
Na dôr, purgatório privado, lá estava os olhos de Auda,
em alguns acordes raros, saindo do violão, pintava aqueles
olhos misteriosos.
Em sub- empregos, para poder financiar à  música do Hallai ; com aquela escasses de  objetivos nas noites de Canoas...Lá estava os Olhos de Auda !

Nos “loops” da vida, ou na “marra” quando me sentia solitário, os Olhos de Auda estavam na espreita .

Quando todo mundo estava dormindo, os Olhos de Auda
me acordava para bombear a vida atravéz da oração !
A clarividência do passado, o “flashforword” de coisas que estavam para acontecer, sempre me deixaram ansioso,
ainda mais com aquele desafio de entender os inesquecíveis Olhos de Auda !
Sinta, esta energia neste pequeno “filminho” abaixo...,
para usufruir este ponto Alfha/ Omega do tempo , ou ´ponto de interrogação que me foi mostrado no começo de “vidro”
de minha vida ! Os Olhos de Auda !
fim !






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