terça-feira, 19 de julho de 2011

- Feedback (05)*Hallai*Hallai na Cena*

                                                                       -  São Léo -     
                                Foi um Réveillon de idéias, os “mil papos” em São Sebastião.     
                                   Chegamos em São Léo, já passava da meia-noite. 
                               
                                 -   Cell, a garota de São Léo  -
                                                                                                    by/necão

Ficamos dentro do fusca, demos aquele “tudo bem” ao Tony, foram feitas as apresentações e começamos a falar sobre a “morte da bezerra”.

Tony aceitou de cara ser baterista da banda, estava  passando por um momento de decisão, e nos disse que estava terminando de gravar um disco (LP) com o Gelson. Pegou a fita k7 e nos mostrou as músicas totalmente MPB.

O título do disco “Terra”, que Tony acreditava muito naquele trabalho que estava desenvolvendo junto com o Gelson, e que ambos estavam começando a
se aproximar de músicos de Porto Alegre, para futuras apresentações , lançamento e outros babados.

Colocamos pro Tony a atual realidade do Hallai*Hallai,  a aparelhagem o disco compacto( independente) que iríamos lançar, os ensaios em São Léo, as novas composições e fragmentos de bastidores.

Falamos sobre o Centro de Artes Lira Paulistana , que estava começando com a intenção de oferecer uma nova opção alternativa para um público que estava cansado e insatisfeito com o  que estava acontecendo no país.

Um novo veículo, um centro de multimídia para colocar pra fora todo som de porão que já estava circulando por bares alternativos em São Paulo.

O papo rolou sem freio de mão, Tony nos falou de seus problemas, e que estava esperando notícias do Maestro Breno Sauer, para ir para os Estados Unidos, mais precisamente pra cidade de Chicago, êle tinha este sonho para desenvolver sua profissão de baterista, mas que naquele momento a participação no Hallai sería muito importante para ele, pois tinha que tocar para não ser pego de surpresa.

Falamos também do “Boca Livre” que tinha vendido 80 mil cópias , mesmo sendo um disco independente.

Era uma geração que tinha perspectivas para a “coisa” independente que estava nascendo no Brasil.

Tudo isso rolava em nossas cabeças , infantes de sonhos carregados de  uma certa carga intelectual.

Na verdade todo trabalho independente que surgiu naquele tempo , ajudaram as “Majors”, pois elas só ficaram observando  os independentes que
testavam novas fatias do mercado , e quando tudo terminou as grandes gravadoras tinham na mão toda experiência dos independentes que cansaram de bater em portas fechadas e resistiram somente até a última dose, que foi quando tudo parou na distribuição, quando as” Majors” taxaram a distribuição em valores absurdos , terminando de vez com os independentes. Um outro motivo que abalou tudo foi quando  o cabeça de todo movimento alternativo que fundou a Lira Paulistana , foi contratado pela CBS, quebrando todo movimento alternativo em que participaram São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, mercados na década de 80 intitulados como grandes vendedores de disco.

A noite desceu forte em São Sebastião , nos despedimos de Tony , marcamos a data do primeiro ensaio, e saímos por aquela BR., escura rumo
a São Léo, já passava da meia noite, e outro dia já estava  anunciando que
o Hallai*Hallai estava vivo de novo.
Continua...